Nuno Palma Ferro conquistou, pela primeira vez, para a direita (PSD-CDS-IL), a Câmara Municipal de Beja, em resultado de um trabalho desenvolvido através de um movimento, dito independente mas que se apresentou às eleições de há quatro anos já pela coligação de direita. Está de parabéns por ter conseguido o que a direita nunca antes conseguiu em Beja.
Mas este grande feito da Beja Consegue corre o risco de se transformar numa "vitória de Pirro", face aos resultados eleitorais obtidos.
Para a Câmara, a Beja Consegue conquistou dois lugares, tantos quanto o PS e a CDU, enquanto o Chega elegeu, pela primeira vez, um vereador. Para a Assembleia Municipal, a Beja Consegue elegeu directamente 6 lugares, o PS 6, a CDU 5 e o Chega 4, o que, depois de acrescentados os presidentes das juntas de freguesias, dá 9 eleitos para a Beja Consegue, 11 para o PS, 9 para CDU e 4 para o Chega, que não ganhou nenhuma freguesia. Ou seja, a Beja Consegue ficou com 2 em 7 eleitos na Câmara Municipal, e 9 em 33 eleitos na Assembleia Municipal.
Face a estes resultados, às propostas / promessas apresentadas, à garantia dada por Nuno Palma Ferro e por Luís Montenegro de que a seria uma vantagem ter a autarquia e o governo da mesma cor política, será que esta vitória da Beja Consegue não vai ter um custo tão alto que os prejuízos para o vencedor se tornam quase tão grandes quanto os para os vencidos? Cabe agora a Nuno Palma Ferro mostrar que é tão capaz de governar o Concelho como foi de construir esta vitória, porque agora, mais do que proclamar que "Beja Consegue" e que "Beja Mudou" é preciso conseguir governar (o primeiro desafio) e mudar Beja para melhor (o principal desafio).