Foram conturbados, na Diocese de Beja, os dias que se sucederam ao derrube da monarquia
O 5 de Outubro de 1910 foi vivido em Beja com momentos de tensão, como a invasão do paço episcopal e gritos de morte ao bispo e aos jesuítas.
Em visita pastoral a diversas freguesias do concelho de Moura e Barrancos, de 28 de setembro a 5 de outubro de 1910, D. Sebastião Leite de Vasconcelos, bispo de Beja, foi avisado da proclamação da República e que o Governo Civil Monárquico e o Governo Civil Republicano “não garantiam a segurança da sua vida e dos seus bens”. Aconselharam-no a retirar-se para a fronteira de Espanha.
Depois de se refugiar no Seminário de Sevilha, o prelado comunicou – após 5 dias – ao Ministro da Justiça, Afonso Costa, que se tinha ausentado da sua diocese para “tomar algum descanso”. O Papa Pio X nomeou, provisoriamente, “a administração de Beja ao Arcebispo de Évora” e a Santa Sé recomendou para que desse a “conhecer ao Governo Português esta decisão do Papa”.