O Presidente da República confirmou hoje que o seu filho o contactou sobre o caso das gémeas residentes no Brasil que receberam no Hospital de Santa Maria um tratamento com um dos medicamentos mais caros do mundo.
"Não tinham resposta de Santa Maria e o Dr. Nuno Rebelo de Sousa dizia [no email]: 'é possível saber se há resposta possível ou não sobre a matéria?'", disse Marcelo Rebelo de Sousa, recordando que: "No mesmo dia, eu despachei para o chefe da Casa Civil nos seguintes termos: 'será que Maria João Ruela, que era na altura assessora para assuntos sociais, pode saber do que se trata?'".
Factos: O filho do PR contactou-o sobre o caso; O PR interessou-se pelo caso e deu-lhe seguimento; A família teve tratamento privilegiado; Marcelo fez a conferência de imprensa na véspera dos médicos serem ouvidos no âmbito do inquérito. Dúvidas: Será que Marcelo tinha dado os esclarecimentos se não houvesse um inquérito a decorrer? Ao prestar estes esclarecimentos não está a interferir no inquérito em curso? Marcelo não fez mais nenhuma diligência sobre o caso, para além das constantes na correspondência? Tal como antes, quando disse que se alguém apontasse o seu nome como tendo tido intervenção no processo, teria que ir a tribunal? Ao prestar estes esclarecimentos e ao recusar a possibilidade de se demitir, não está Marcelo a mostrar má consciência e que está fragilizado? Não será por tudo isto que Marcelo tentou atirar as responsabilidades para o governo ao dizer: "Perguntarão: e depois de ter ido à presidência do Conselho de Ministros? Isso não sei. Não sei, francamente, como é que foi o que se passou a seguir, não tenho a mínima das ideias"?