Desejo a todos um bom ano ou, se tal não for possível, o melhor que conseguirem!
Na mudança de ano somos sempre tentados a fazer o balanço do ano que passou e a tentar perspectivar o que o novo ano nos pode trazer, individual e colectivamente. É isso, ainda que a traços largos, que vou hoje fazer.
Em 2024, acentuaram-se alguns dos sinais mais negativos que vinham já de anos anteriores. A concentração da riqueza nas mãos de alguns poucos e as consequentes desigualdades não pararam de se acentuar. A pobreza e, nalguns casos mesmo, a miséria não só não foram travadas como em muitas latitudes aumentaram. O combate às alterações climáticas e às suas consequências para o planeta e as populações ficou muito aquém das necessidades, com as consequências a que estamos a assistir com cada vez mais frequência, persistência e em regiões e locais nunca vistas. As guerras e outros conflitos armados também não só não terminaram como se alargaram a outras regiões e países. A instabilidade política instalou-se em mais países, em resultado de conflitos entre facções, de golpes de estado, mais ou menos declarados, ou de eleições cujos resultados não foram reconhecidos por todos ou não permitiram a formação de maiorias que sustentassem os governos. A concentração dos meios de comunicação, com especial destaque para as redes sociais, acentuaram o poder de influenciar a opinião pública através da opinião publicada, criando nas pessoas as percepções que melhor servem os interesses dos seus detentores.