11,2% dos trabalhadores que trabalham a tempo completo são pobres
Ordenados ‘esmagados’, carga fiscal elevada. Este é um dos raio-x feitos ao mercado do trabalho português. A precariedade penaliza ainda mais a situação dos trabalhadores, que vários responsáveis querem ver resolvida.
Isabel Camarinha, líder da CGTP, defende que é inevitável subir todos os salários, considerando que este desafio deve ser encarado como «uma emergência nacional», dizendo que «um país que se quer desenvolvido não pode ter 11,2% dos trabalhadores que trabalham a tempo completo pobres». «Isto é real e com consequências na pobreza infantil, o que também é inaceitável...» e alertou ainda que: «Temos mais de um milhão de trabalhadores com salário mínimo nacional, mas depois temos quase três quartos – 72,5% – com salários abaixo dos mil euros».
Para Henrique Tomé, analista da XTB, «o mercado de trabalho em Portugal continua a promover a precariedade na maior parte das áreas», sublinhando que «a mão-de-obra é qualificada, mas as empresas continuam a querer pagar salários baixos, o que não contribui para o produtividade do país, nem para a própria competitividade das empresas, uma vez que muita mão-de-obra qualificada continua a optar por ir trabalhar para empresas no estrangeiro que oferecem melhores condições». Defende por isso que «é necessária uma reforma nesta área, pois é uma vertente fundamental para o crescimento da produtividade das empresas e para a própria economia».