Adeus Camaradas!
Depois de muita ponderação e de ter adiado esta decisão para não criar quaisquer polémicas no último ciclo eleitoral, decidi renunciar à condição de militante do PCP.
Podia, para tal, invocar as minhas conhecidas divergências nos planos da ideologia, da política, da prática e da organização, designadamente da democracia interna com a Direcção do PCP, que naturalmente também contaram para esta minha decisão. Mas, apesar dessas divergências de sempre, desde que fui admitido como militante, não foram elas que me determinaram a tomar esta decisão.
A “gota de água” foi o desincentivo à militância que fui sentindo desde o XVII Congresso (2004), em que dei a cara afirmando a minha discordância em relação ao funcionamento do Partido. Nessa altura logo, foi assumido por um alto dirigente do Partido que só não era expulso pelos danos que tal decisão provocaria ao Partido. Desde então, para além de convocatórias para reuniões destinadas a aprovar o que já está aprovado e de convites para iniciativas comemorativas do aniversário do Partido e outras, para mais nada tenho sido convocado.
Se o Partido não precisa da minha participação militante, eu também não tenho jeito para “verbo-de-encher”