O debate Orçamento de Estado
A AD ganhou as últimas eleições legislativas por uma unha negra, com 29% dos votos, mais 55 mil do que o PS, e elegeu 90 deputados, apenas mais dois do que o PS.
Mesmo assim e necessitando de mais 36 deputados para ter a maioria absoluta, que só poderia alcançar com o PS ou o Chega, Luís Montenegro mostrou, de imediato, interesse em formar governo, mesmo com a menor maioria relativa de sempre. E o Presidente da República, sem hesitar, nomeou-o primeiro-ministro.
Quando se esperava de Luís Montenegro uma postura de humildade, na procura de consensos para assegurar a necessária maioria na Assembleia da República que lhe garantisse aprovar as suas propostas, principalmente a do Orçamento de Estado, que lhe permitisse prosseguir no governo, ele assumiu uma postura de auto-suficiência, garantindo, logo no discurso de posse, que contava governar durante toda a legislatura e com o seu programa, como se não dependesse de terceiros.