Ontem à noite, vi a parte final (não sei se pequena ou grande) de um documentário sobre o Papa Francisco, na televisão. Vi-o e ouvi-o falar nas JMJ num favela do Rio de Janeiro, numa prisão com os prisioneiros, no Congresso dos EUA, numa reunião de líderes mundiais sobre o ambiente. Ouvi-o recordar aos habitantes da favela que há sempre lugar à mesa para mais um, bastando juntar mais água ao feijão, aos prisioneiros que o primeiro santo foi um prisioneiro, aos congressistas dos EUA que muitos deles tinham sido também imigrantes, que deviam acolher os imigrantes e vê-los e tratá-los como pessoas e acabar com a produção de armas que matam indiscriminadamente, que as vítimas dos crimes praticados contra o ambiente são principalmente os que vivem pior no hemisfério sul, que 20% ficam com 80% da riqueza produzida, que devemos valorizar a família, que devemos procurar acabar todos os dias em paz, ... e tantas outras coisas que, sendo verdades fáceis de constatar e de obter o consenso generalizado, não são respeitadas e seguidas por alguns (os que têm poder para isso) dos que vimos baterem-lhe palmas. Muito (para não dizer tudo do que ouvi) podia e devia constituir um PROGRAMA das nações unidas, a que todos os poderosos (líderes de governos, de entidades públicas e privadas) deviam jurar cumprir e fazer cumprir nas funções que desempenham. E o seu incumprimento devia constituir justificação suficiente para afastá-los dos cargos que ocupam.
Não tenho fé nem acredito em deuses! Sinto repulsa por muito do que a Igreja Católica e outras tem feito ou encoberto contra a humanidade. Sinto vergonha alheia por quem, pregando o bem, só pratica o mal, por quem, pregando o desprendimento dos bens materiais, acumula fortunas à custa de quem explora, de quem, pregando a simplicidade, ostenta na opulência... Mas sinto apreço por este Papa, por muitas das idéias que divulga. Pena que alguns dos elementos do seu rebanho não lhe dêem ouvidos nem ajam de acordo com as suas palavras.