“Quem ma levou que ma venha trazer”
«O tio Luís tinha uma bicicleta velha que costumava passear pela vila. Só se montava no veículo quando via alguém ao longe a quem não queria falar. A GNR deu em pedir-lhe a licença e o livrete e ele disse logo que não tinha. Iniciou-se então um processo de intimações, com prazos para tratar dos papéis, as quais não mereceram qualquer resposta por parte do tio Luís. Os guardas, ofendidos, disseram então que se não tratasse dos papéis no novo prazo, lhe apreendiam a bicicleta. E assim foi. A bicicleta foi para o posto da GNR, até que o tio Luís tratasse dos documentos. Lá esteve uns anos, até que os guardas (sobretudo os que faziam a limpeza) se fartaram do móvel e mandaram recado ao tio Luís para a ir buscar. “Quem ma levou que ma venha trazer”. Lá esteve mais uns meses, que aquilo era provocação a mais, mas acabaram por lha levar a casa.»
Leia aqui, esta e outras estórias contadas pela Manuela Oliveira.