Estamos há mais de seis meses atacados por uma pandemia, que, para além da grave crise na saúde, gerou outras crises, designadamente económica e social. Paralelamente surgiu e tem sido alimentada outra pandemia, talvez ainda mais grave, a do medo. Esta provoca, mais do que a outra, reacções irracionais e irrazoáveis, que dificultam o combate à COVID-19 e agravam ainda mais a situação por que estamos a passar.
![cropped-agr1logo-1.png cropped-agr1logo-1.png]()
Há pouco mais de uma semana os alunos e as famílias viviam com ansiedade a expectativa do regresso à Escola, com novas regras preventivas de contágios do novo coronavírus. Pouco mais de uma semana passada, verificamos que "as coisas" até não têm corrido nada mal, com poucos focos num universo tão grande, diversificado e complexo.
Quando, face aos bons resultados registados, era de esperar a sua evidência e manifestações de agrado pelo que se tem passado, eis que assistimos a notícias e comentátios que realçam aqueles focos raros e outros problemas, como se o novo ano lectivo estivesse a ser um desastre.
Pela minha parte e também enquanto pai e avô de alunos, manifesto publicamente o meu agrado pela forma como o novo ano lectivo está a decorrer, durante o recrudescimento da pandemia, sem prejuizo de criticar aspectos que poderiam e deveriam ter sido melhor tratados. Mas importa não esquecer que estamos a atravessar uma situação de grande anormalidade, pelo que não devemos esperar que tudo funcione normalmente ou até melhor.
Não devemos abdicar da nossa intervenção crítica, mas também não devemos ignorar as condições críticas em que os responsáveis estão a agir na procura das medidas mais adequadas para que tudo funcione com o mínimo de problemas. E também não nos devemos deixar dominar pelo medo e exigir mais restrições do que as autoridades impõem.