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Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Pessoas com deficiência são discriminadas em quase todas as áreas

Zé LG, 03.08.25

deficientes.pngUm estudo demonstra que as pessoas com deficiência são discriminadas “praticamente em todas as áreas. Desde a escola, onde muitas vezes os alunos com deficiência são discriminados pelos próprios colegas, (…) mas também por professores e por outros agentes educativos, mas depois também a nível do emprego”, alertou o coordenador, que sublinhou o estigma que a sociedade ainda demonstra em relação a estas pessoas.
Na educação, os tipos de discriminação mais frequentes são o gozo/chacota (68%), a agressão ou pressão psicológica (56%), ou exclusão de atividades regulares da turma e/ou visita de estudo (52%). “Somente 38,1% dos alunos apresentou queixa, mas 75% destes considera que a situação não foi bem resolvida”.
Mesmo quando as pessoas encontram um emprego remunerado, “também se confrontam com situações de discriminação e de preconceito”, que “muitas vezes tem a ver com aquilo que os colegas pensam, que os colegas dizem, as chefias, hipótese de progressão na carreira, cargos de chefia, etc., em que sentem de facto que existe discriminação”.

Quase metade dos votos do Alentejo não servem para eleger deputados

Zé LG, 20.04.25

Sem nome (53).pngUm estudo indica que 1.263.334 votos nas últimas eleições legislativas foram “desperdiçados” e não serviram para eleger nenhum deputado, correspondendo a 20,4% do total, com os territórios do interior a serem particularmente prejudicados.
Henrique Oliveira salientou que “existe uma grande desigualdade no território e na emigração entre os grandes círculos e os pequenos”, realçando que “Quase metade dos votos de Portalegre não servem para eleger nenhum deputado, ao passo que cerca de 90% dos votos de Lisboa e de 84% no Porto servem para eleger deputados”, acrescentando que “os partidos que conseguem capitalizar mais o voto são os grandes partidos – que conseguem ver 90% dos seus votos convertidos em mandatos” –, enquanto os pequenos “não conseguem passar dos 40 a 45%” - o PAN precisou de 126.805 votos para conseguir obter um mandato parlamentar, enquanto o PS só precisou de 23.237 votos para eleger um deputado – ou seja, o PAN precisou de “cinco vezes mais votos do que o PS”. Referiu ainda que há formas de tornar o sistema mais igualitário - “criar um círculo de compensação nacional, ... agrupar os círculos do interior em grandes círculos… ou um único círculo nacional”.

"Depois não fiquem surpreendidos com o crescimento do Chega"

Zé LG, 07.12.24

2399e66d-7577-4425-ac29-32c687ec2b43.pngApesar de uma das principais bandeiras de António Costa ter sido a eliminação do que restava da passagem do FMI por Portugal, a verdade é que nem todos os direitos foram repostos para todos os trabalhadores.
Trabalho suplementar: Em 2021, na discussão para o OE do ano seguinte, PS e PSD chumbaram na especialidade a reposição do valor anterior à troika das horas extraordinárias (que sofreram um corte de 50%). A medida voltou ao parlamento em 2022 e 2023, pelo PCP, mas foi novamente rejeitada, com os votos contra estiveram do PS, do PSD e da IL.
Dias de descanso: Em 2017, PS e PSD chumbaram o regresso dos 25 dias de férias. Já este ano, o PCP voltou a peropor o direito a um mínimo de 25 dias úteis de férias anuais para todos os trabalhadores, mas a proposta ainda não foi votada.

Vivemos “num mundo em que os multimilionários são quem manda”

Zé LG, 24.09.24

oardefault.jpgO estudo “Multilateralismo numa era de oligarquia global”, divulgado no âmbito do debate geral da ONU, sustenta que os países do hemisfério sul têm apenas 31% da riqueza global, ainda que concentrem 79% de toda a população global.
Há uma lista dos mais ricos do mundo e depois há a lista secreta dos 1%. Um estudo da Ofxam mostra que os 1% possuem mais riqueza que 95% dos mais pobres da população mundial e que são donos de 43% de todos os ativos financeiros a nível global, com duas companhias a controlar 40% do mercado global, mantendo forte controlo sobre vários sectores da economia.
O estudo da Oxfam indica que o facto dos ultra-ricos serem donos ou principais acionistas das maiores empresas mundiais é uma ameaça às economias. “Os ultra-ricos e as megacorporações que estes controlam estão a moldar regras globais para servir os seus interesses à custa das pessoas. O pódio da ONU sente-se cada vez mais diminuído num mundo em que os multimilionários são quem manda”, aponta o diretor-executivo da Oxfam International, Amitabh Behar.

"A origem das desigualdades"

Zé LG, 03.03.24

Sem nome (28).pngPara o economista-estrela, autor de O Capital no Século XXI, as desigualdades nascem mais de fatores socioeconómicos do que de fatores naturais, dos quais os recursos geográficos são exemplo. “O exemplo da Suécia, considerado um dos países mais igualitários do mundo, é interessante a este respeito. Alguns atribuem este facto às características intemporais do país, a uma cultura que é por natureza asepta da igualdade. Porém, na realidade, a Suécia foi durante muito tempo um dos países mais desiguais da Europa, com uma impressionante sofistificação na organização da sua desigualdade. Esta situação transformou-se muito rapidamente no segundo terço do século XX, em resultado de uma mobilização política e social, com a chegada ao poder do partido social-democrata, no início da década de 1930. Este partido social-democrata, que governou durante meio século, colocou a capacidade estatal da Suécia ao serviço de um projeto político completamente diferenteda ordem anteriormente vigente. A Suécia representa, neste contexto, um caso interessante que mata pela raiz a crença em qualquer determinismo a longo prazo, decorrente de fatores naturais ou mesmo culturais,responsável pelo facto de algumas sociedades serem eternamente igualitárias, ao contrário de outras, eternamente desiguais, como a Índia, por exemplo. As construções sociais e políticas estão sujeitas a mudanças, e por vezes de forma muito mais célere do que supõem os observadores contemporâneos – nomeadamente os vencedores do sistema, os grupos dominantes que, por razões óbvias,tendem a normalizar as desigualdades, apresentando-as como imutáveis e alertando contra qualquer mudança que possa ameaçar esta confortável harmonia. A realidade é bastante mais dinâmica e encontra-se em permanente reconstruçlão: é o resultado de relações de poder, compromissos institucionais e bifurcações inacabadas.”               Do novo livro de Thomas Piketty, de que a VISÃO pré-publicou dois capítulos, aqui.

“injusta transferência de riqueza do trabalho para o capital”

Zé LG, 12.01.24

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«Tendo 1999 como ano de referência, usando dados da Ameco, concretizando-se as previsões do Governo e, a partir delas, fazendo estes cálculos, no fim de 2024 a produtividade terá crescido 23,9% e os salários reais apenas 11,9%. A reversão desta injusta e economicamente perversa transferência de riqueza do trabalho para o capital está tão longe de acontecer que, no gráfico, acima, não se avista.» Paulo Coimbra, aqui.

“shiu que isto é um estado socialista”

Zé LG, 29.08.23

345628500_800198228157374_6827157474773887391_n.jpg«O FABRICO DAS NOVAS ELITES

Sempre achei desajustado o foco na luta contra as propinas. Mais graves me pareciam/parecem outras situações. As dificuldades crescentes em se pagar um alojamento e o vale-tudo no arrendamento de quartos veio, infelizmente, dar-me razão. Há um sacrifício crescente por causa das famílias e o que mais pesa não são as propinas. Mas sim o resto: o alojamento, a alimentação, as deslocações, os livros etc. As desigualdades vêm de trás e cimentam-se aí.

A ironia maior é andarmos a criar elites em domínios com grande procura (medicina, engenharia, arquitetura...) para depois serem outros países a disso tirar partido. E empresas nossas que não investem um cêntimo na Educação.

Mas, atenção!, shiu que isto é um estado socialista.»

Santiago Macias, aqui.

Isto não está mal para todos. Bancos lucram dois mil milhões de euros!...

Zé LG, 29.07.23

Sem nome (33).pngSubida das taxas de juro continua a impulsionar os resultados dos bancos, mas também já está a fazer baixas no negócio bancário, com o crédito e os depósitos em queda.

Entre os juros cobrados e os juros pagos nos depósitos, os bancos viram a faturação duplicar entre janeiro e junho: mais de 4,2 mil milhões em juros, 23 milhões por dia. Foi o resultado de o aumento das taxas de juro se ter refletido mais rapidamente nos empréstimos do que nos depósitos, o que tem motivado muitas críticas.

A subida dos juros está a dar mais receita aos bancos, mas também está a ter impacto negativo no balanço. O crédito concedido à economiae os depósitos caíram no semestre passado e as empresas estão a adiar investimentos.

"a esquerda não é mais nem menos homofóbica do que o resto da sociedade!"

Zé LG, 01.07.23

347263312_6390239291068163_1185855014398139153_n.jpg«… a esquerda não é mais nem menos, homofóbica do que o resto da sociedade! É um problema endémico que ainda persiste de modo generalizado, como por aqui se vê, e que nos remete para os tempos da PIDE e das suas famosas acções de controle da orientação sexual dos cidadãos! E talvez isto nos caracterize (apesar dos avanços civilizacionais, de tolerância e de descriminalização) bastante como povo que no fundo ainda possui uma matriz conservadora, retrógrada e bafienta nalgumas áreas! Uma espécie de hipocrisia social, que serve para tudo!» Anónimo 01.07.2023, aqui.