Liberdade e Democracia não podem contribuir para radicalismos
«As palavras “Liberdade” e “Democracia” são, talvez, das mais referidas no universo vocabular dos nossos tempos. Embora tenham na sua base conceitos fundamentais para as nossas vidas colectiva e individual, como se sabe, o recurso generalizado ao uso de tais termos tem vindo a resvalar, em alguns contextos – por desconhecimento ou, até, por perversão - numa variedade equívoca de significados, os quais, em situação limite, podem configurar a completa anulação dos seus significados fundamentais básicos ou a sua inadequada aplicação em situações concrectas. ...
Não será difícil constatar tal “desordem” na utilização dessas palavras/vocábulos, mesmo em círculos onde, supostamente, poderia ou deveria haver mais clareza no seu uso, como podem ser os casos da “rotulagem” de forças políticas até à “classificação” de comportamentos pessoais ou sociais. …
Os vocábulos “Liberdade” e “Democracia”, tantas vezes mal explicados e aplicados, não podem contribuir para radicalismos, para posicionamentos fundamentalistas (… e são tantos e tão predadores!) os quais evoluem, geralmente, para a desordem cívica e para a quebra de tais valores! ...» Manuel Maria Barroso, aqui.