PSD usurpou a Évora 2027 e as consequências estão à vista
Os directores artísticos e outros responsáveis das actuais e das próximas capitais europeias da Cultura (CEC) enviaram uma carta colectiva ao director para a Cultura, Criatividade e Desporto da Comissão Europeia, Georg Häusler, exprimindo a convicção de que “a demissão de toda a equipa de Évora 2027 num complexo contexto de política nacional e local, apenas dois anos antes da abertura”, veio criar “uma situação de crise” que “coloca em risco” não apenas o projecto português mas também vários programas” que outras capitais da Cultura desenvolveram em conjunto com a equipa que concebeu e desenvolveu a candidatura da cidade alentejana, dirigida por Paula Garcia. ...
Com a tardia constituição da sua estrutura de gestão, a Associação Évora_2027, e a nomeação da jurista Maria do Céu Ramos – secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida, várias vezes deputada pelo PSD e secretária de Estado no último Governo de Cavaco Silva – para a respectiva presidência, função que não estava contemplada no projecto, Évora 2027 parece ter passado a ser vista como um exemplo do que não deve ser feito, quando, pelo contrário, vinha sendo olhada como um modelo a seguir. O próprio programa (...) da candidatura de Bourges 2028, em França, assume expressamente "uma lógica de continuidade com o conceito desenvolvido pela capital alentejana", contou ao PÚBLICO o seu director artístico, Pascal Keiser, um dos subscritores da carta, considerando que “o projecto artístico escrito por Paula Garcia é excepcional” e que o afastamento da sua equipa “arruína um programa muito forte para Portugal e para o Alentejo”. Luís Miguel Queirós, aqui.