A sociedade está gravemente doente mas pode ter tratamento eficaz
«São demasiados números (de abuso sexual contra crianças e violência doméstica), rostos novos a cada dia, gritos no calendário que clamam por mais ação, mais justiça, melhor prevenção, mas que ainda passam ao lado de tantos, imersos nas teias das suas vidas, entorpecidos e alheios ao horror destas tragédias, que vitimam muito mais que as vítimas mortais.
São cifras negras que nos envergonham e doem, é um mal que urge reparar e erradicar, a bem de um Futuro promissor e saudável.
A Escola é o terreno para cultivar novas mentalidades e destruir paradigmas. A Educação para a justiça, a igualdade, a tolerância e os afetos será o antídoto para curar o veneno e criar as novas gerações em harmonia. Sem preconceito ou fomento de desigualdades, sejam elas de género, de classe social, raça ou credo. Com os olhos postos numa sociedade desenvolvida e onde ninguém possa sequer imaginar-se como superior ou proprietário de outro alguém.
O diagnóstico está feito, as receitas estão prescritas, o tratamento é eficaz.
Resta-nos enterrar mais uma mulher e perguntar: o que falta para o colocar em prática?»
Da crónica de opinião de Maria Manuel Coelho, antropóloga, que pode ler e ouvir aqui.