Desde o princípio da pandemia que se tem falado muito na necessidade de controlar os contágios nas empresas, que não fecharam. Com o objectivo de controlar a situação na sequência do desconfinamento, o governo anunciou que ia avançar com a testagem nas empresas. Quem tem conhecimento disso ter acontecido nalguma empresa da região?
Entretanto, há uma entidade que emprega umas dezenas de trabalhadores que, desde o início e antecipando-se às medidas impostas, adoptou procedimentos internos, quer a nível da informação e prevenção quer ao nível do controlo da situação, nas diversas fases, que lhe permitiram chegar até hoje sem que a doença se tivesse propagado internamente. Os poucos casos registados, directos ou de familiares, tiveram origem na comunidade e não se propagaram internamente.
A entidade recorreu à lay off apenas durante dois meses, assegurando os direitos dos trabalhadores por inteiro e com a principal preocupação de protegê-los da doença e assegurar o apoio aos filhos. Investiu, sem restrições, nos equipamentos de protecção (máscaras e separadores) e gel, colocou em teletrabalho quem podia, adoptou horários desfasados, assegurou o distanciamento físico para os que continuaram a trabalhar presencialmente. Apesar de tudo isto, foi visitada pela ACT, a quem prestou todos os esclarecimentos, designadamente em relação aos trabalhadores que continuaram a trabalhar presencialmente devido à necessidade de fazer atendimento ao público.
Pois bem! Parece que nada disto tem qualquer interesse para a ACT, que, entretanto, informou a entidade de que lhe tinha aberto um processo contraordenacional porque não colocou alguns trabalhadores em teletrabalho...