Ana Matos Pires questiona "o exercício de cidadania e solidariedade” de Beja
«... Calar é pactuar e eu recuso-me a fazê-lo quando em causa está a dignidade humana, a justiça social e a solidariedade... Ando espantada com o que tem vindo a lume sobre a constituição de um novo CAES em Beja e a sua possível localização, palavra que não entendo. A título de exemplo refiro a localização de três destas estruturas em Lisboa - perto do CC Colombo, na zona do El Corte Inglês e na baixa lisboeta.…
Fiquei a saber que pessoas em situação de vulnerabilidade, no seu sentido mais lato, (1) são uma ameaça e que podem “impactar negativamente a segurança” dos outros; (2) que podem “impactar negativamente a (…) a qualidade de vida dos moradores e trabalhadores” de uma determinada área – ...; (3) que a crise do “comércio local” que se vive em Beja será agravada – ...; (4) que o desenvolvimento do “turismo” na cidade e na região também será altamente prejudicado - Lisboa, e a localização de diferentes estruturas sociais iguais mostram-no, aliás…; e (5) que a “periferia” da cidade é o local adequado para integração de pessoas vulneráveis. …
Sabem uma coisa? Qualquer um de nós, mas mesmo um qualquer, pode, por vicissitudes e imprevistos da vida, tornar-se vulnerável e precisar de ajuda. ...»
Ana Matos Pires, psiquiatra, na crónica que pode ler aqui.