Assistimos hoje a um enfraquecimento das democracias, um pouco por todo o Mundo. O que muitos consideravam irreversível está a acontecer. Tal deve-se, em primeiro lugar, à falta de respostas satisfatórias às necessitades mais sentidas dos povos, por parte dos governos, que, em vez de aprofundarem as suas componentes económica, social e de defesa do ambiente e criarem espaços de maior paricipação popular, muito fazem para reduzir a democracia à sua componente política e eleitoral e mesmo estas são, nalguns casos, fortemente condicionadas. Mas o enfraquecimento das democracias deve-se também à falta de instrumentos que as defendam mais eficazmente. Não pode valer tudo, incluindo tudo o que os seus inimigos fazem para as destruir, em nome da liberdade que elas lhes proporcionam.
Há 49 anos atrás reconquistámos a Liberdade e com ela construímos o regime democrático, que, não sendo perfeito e necessitando de grandes aprofundamentos, nos permitiu ter um Portugal melhor, aberto ao Mundo e mais desenvolvido. Precisamos de melhorar a democracia, travar tentações autoritárias do tipo “quero, posso e mando”, “isto é tudo nosso” ou “vale tudo” e desmascarar e combater todas as forças saudosistas do Estado Novo, que tudo fazem para, aproveitando a falta de defesas eficazes da democracia, para a fragilizar, tentando fazer crer nas pessoas a necessidade de “salvadores da pátria” e de um novo regime autoritário.
É com esses objectivos que alguns têm vindo a usar e abusar deste espaço para tentar condicionar e impedir qualquer debate sério sobre qualquer assunto e fazer a defesa do fascismo e propaganda de ideias anti-democráticas. Se o querem fazer, façam-no nos seus espaços, não usem este. Chega! O fascismo não passará por aqui.