Realizou-se, esta sexta-feira, a cerimónia de instalação dos novos órgãos autárquicos do Município de Beja. Apresentada uma lista única, foi eleita, por unanimidade, a nova Mesa da Assembleia Municipal, que será presidida por Filipe Pombeiro (Beja Consegue), tendo como vice-presidente Laura Rodrigues (PS) e secretária Susana Ramalho (CDU).

A instalação da Câmara e Assembleia Municipal para o mandato 2025-2029 realiza-se, no auditório do Pax-Júlia Teatro Municipal, amanhã, pelas 11:00 horas, sob a presidência de Maria da Conceição Guerreiro Casa Nova, na qualidade Presidente da Assembleia Municipal cessante. A instalação dos órgãos das freguesias está-se a realizar.
Em resultado das eleições de 12 de Outubro, a Câmara Municipal de Beja ficou constituída por dois eleitos (presidente e um vereador) da Beja Consegue, dois vereadores do PS, dois vereadores da CDU e um vereador do Chega e a Assembleia Municipal por 10 deputados do PS (4 eleitos+6 presidentes de juntas de freguesias), 9 da Beja Consegue (6+3), 9 da CDU (4+5) e 4 do Chega (4+0). Não existe maioria absoluta na Câmara Municipal, nem na Assembleia Municipal, nem nas Freguesias de Beringel, Albernoa / Trindade, e nas duas da Cidade de Beja (Slvador / Santa Maria da Feira e Santiago Maior / São João Baptista).

Mais de metade dos presidentes de câmara (165) foram eleitos pela primeira vez, para o mesmo município, embora alguns já exercessem essas funções por terem substituído, durante o mandato que agora termina, os presidentes eleitos.
Há ainda a considerar as mudanças registadas nos órgãos autárquicos, pelas alterações nas listas de candidatos apresentadas e pelos resultados das eleições, que provocaram mudanças muito significativas no conjunto dos eleitos locais.
Diz-se que é a democracia a funcionar, mesmo que não esteja a funcionar tão bem quanto desejávamos, devido a diversos factores que condicionam o voto de eleitores.

Pode ler e ouvir aqui.

“O resultado eleitoral obtido ficou muito aquém das expetativas e do reconhecimento que é devido aos eleitos e candidatos da CDU”, afirma a DORBE do PCP, frisando que “a conquista das câmaras municipais de Aljustrel, Barrancos e Cuba, e a disputa muito próxima em Ferreira do Alentejo e Moura, bem como a conquista de maiorias em 27 Juntas de Freguesia, 72 eleitos em Assembleias Municipais, 25 em Câmaras Municipais, e 218 em Assembleias de Freguesia, demonstra a importância da CDU no Poder Local que prosseguirá, em cada Município e em cada Freguesia o combate em defesa das populações e o trabalho político indispensável para reforçar e recuperar posições da CDU.”

Paulo Arsénio, candidato do PS e presidente cessante, reconheceu que a campanha não foi capaz de convencer os eleitores, e apontou duas razões principais: a dificuldade em justificar o trabalho desenvolvido nos últimos quatro anos e em projetar, de forma clara, as propostas para o mandato seguinte. Apesar de afirmar que “o povo tem sempre razão”, considera, a título pessoal, que o resultado foi “injusto”, embora admita que já tinha consciência dos sinais que apontavam para uma possível mudança no rumo político do concelho.

«O Paulo Arsénio nunca imaginou que o slogan do seu cartaz fosse ao mesmo tempo uma premonição do futuro, "Novo ciclo a mesma seriedade". Beja votou e escolheu um novo ciclo, do que conheço do Nuno também vai ser com a mesma seriedade. Falta no entanto mais um passo, que é o normal quando um ciclo acaba, fruto de uma pesada derrota, a consequente renovação, o assumir das consequências politicas. Espera-se portanto, o mais breve possível, que aqueles que foram a cara desta derrota, o Paulo Arsénio e a senhora Casanova, assumam as devidas consequências politicas e se retirem com dignidade á imagem do que fez Pedro Nuno a nível nacional.» Anónimo 17.10.2025, aqui.

«Só quem não conhece a realidade de Serpa pode ter ficado surpreendido com este desfecho, ..., há dois fatores principais que explicam o que aconteceu. ...(1) a governação do município ruiu por dentro. Foram muitos anos a colocar a ideologia à frente das pessoas, a empurrar para o poder central as culpas do que não foi feito, a acumular erros de gestão incompreensíveis, como a não modernização das escolas. ..., as pessoas estavam fartas! ... (2) o mais decisivo, é que o PS apresentou em Serpa uma candidatura muito forte. Soube ouvir e construir um programa eleitoral focado na resolução dos problemas das pessoas. E, principalmente, soube reunir uma equipa competente, corajosa, solidária, composta por militantes, simpatizantes e muitos independentes. … Agora, abre-se um novo mundo de desafios e de oportunidades, em que ninguém pode ficar para trás. ... Todos têm um papel a desempenhar neste trabalho coletivo, feito com ambição, transparência e sentido de responsabilidade.» Ricardo Mestre, aqui.

«Se os agora eleitos se candidataram e foram selecionados dentros das suas listas, é porque terão qualidades para tal, sabem ao que vão e estão motivados para tal. O que queria transmitir é esta constatação do funcionamento da democracia, ... Ser competente, cumprir e entregar trabalho não é garante de continuidade porque no fim, a mensagem e o marketing abafam tudo isto, especialmente nestes tempos onde os algoritmos formatam o pensamento. Foi criada esta mensagem forte de uma mudança urgente que abafou e ofuscou tudo o resto e neste caso que está em discussão, levou à substituição de duas pessoas que se dedicaram, esforçaram e entregaram o que era suposto (e antes que venham bater…, nunca fica tudo feito nem agrada a todos).» Anónimo 16.10.2025, aqui.

«E nas juntas, outro. O que os presidentes que lá estavam faziam (Ramos e Ramalho) e ao que se sujeitavam diariamente sendo "pau para toda a obra" pelos poucos recursos das juntas, não sei se os novos Presidentes terão esse mesmo perfil. Ainda não consegui perceber porque é que as pessoas acharam que eles deviam ser substituidos (e os partidos não estão em causa até porque eram de cores diferentes), ou então, o povo não compreende o trabalho deles e/ou a diferença entre os boletins de votos que lhes poem à frente...» Anónimo 16.10.2025, aqui.