Para que serviram as eleições?
As eleições deviam servir para confrontar políticas, propostas e protagonistas que as ponham em prática, tendo como objectivo o desenvolvimento do país e a melhoria da qualidade de vida dos portugueses, permitindo escolher as soluções consideradas mais adequadas. Mas será que foi isto que aconteceu? Ou não terão passado de um jogo viciado em que tudo valeu para denegrir os outros e esconder a (quase) ausência de propostas credíveis para solucionar os problemas com que nos debatemos?
A política parece estar cada vez mais reduzida à conquista e manutenção do poder, não para servir o país e as pessoas, mas para os seus agentes se servirem a si, aos seus, às suas clientelas e aos que servem. O regime democrático tem-se vindo a afunilar na alternância, evitando e combatendo alternativas, insistindo nas mesmas soluções, com pequenas variantes, que nos trouxeram ao estado em que nos encontramos. Veja-se o que se passa com a (falta de) habitação... Em vez de nos mobilizarmos para discutir a necessária reforma do regime democrático, do sistema partidário e dos próprios partidos, parece que alguns estão a preparar-se para trocar algumas "moscas" e manter tudo, mais ou menos, na mesma.
Os jovens são os que mais estão a sofrer, por isso são os que mais se revoltam contra "o sistema". Se não forem apresentadas alternativas sérias, continuarão a usar o "bota-a-baixo" para dar vazão à insatisfação e revolta...