Santos Arranha, secretário-geral da CGT, e a solidariedade desta com os mineiros de Aljustrel
«Nascido em 1891, em Caldas da Rainha, Santos Arranha foi secretário-geral da CGT em 1922/23. E foi director do diário sindicalista A Batalha, em 1925/26.
Além da defesa da paz, uma prioridade da CGT sob a sua liderança foi a luta contra o agravamento do custo de vida. ... foi peculiar a sua acção de solidariedade: “em Outubro de 1922 os mineiros de Aljustrel declaram-se em greve, reclamando melhores salários, luta que sustentaram ininterruptamente até Janeiro seguinte”. A CGT organizou então o acolhimento temporário dos filhos destes trabalhadores em famílias de Beja e Lisboa, “para subtraí-los à fome e ajudar os pais na sua luta”.
Uma outra nota da sua liderança, inovadora para os dias de hoje, foi defender a redução do horário de trabalho para 6 horas por dia. Já no jornal A Batalha sob a sua direção, uma preocupação dominante foi o perigo de uma ditadura de tipo fascista.
Nos anos 1930, Santos Arranha viveu na Bélgica, de onde terá regressado para escapar à invasão nazi. Nos anos 1940, de novo em Lisboa, integrou um grupo anarquista clandestino. E manteve os seus ideais até falecer, em 1962.» Luís Carvalho, aqui.