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Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

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gestão

“Quem tem medo dos médicos estrangeiros?”

Zé LG, 08.12.23

«Médicos estrangeiros?! Não, não são necessários! E a OM a comandar o ataque ao SNS.
Lembra a vinda dos médicos dentistas brasileiros. Também não eram necessários... depois assistimos a uma espécie de democratização do acesso à saúde oral...
Quem tem medo dos médicos estrangeiros?
Ainda me lembro da argumentação utilizada pela om aquando da atribuição da licenciatura em medicina à UBI e UM... lembram-se?» Corporações 08.12.2023, aqui.

11 comentários

Munhoz Frade 08.12.2023

Mais um comentário inconsistente, por falta de informação, preconceitos ou pior. Do que bem me lembro foi da chicane politiqueira que se fez por serem cubanos. Aquela gritaria de então visava principalmente questionar o regime político do seu país, sem considerar a sua qualidade científica. Xenofobias à parte, alguém lhe ocorre questionar a competência de tantos clínicos formados em Espanha que em Portugal trabalham? É precisamente a exigência de boa preparação que logo é verberada com acusações de corporativismo. Analise-se antes o número anual de licenciados que não se atrai por trabalhar no SNS, optando por outros caminhos, inclusive imigrando. Outro dia alguém de duvidoso humor dizia que talvez tenhamos doentes a mais…
Corporações 09.12.2023

Não aborda a questão colocada. Quem tem medo dos médicos estrangeiros?
Os argumentos que giram em redor da qualidade estão estafados (utilizados também aquando da abertura de medicina na UBI e UM).
"É precisamente a exigência de boa preparação que logo é verberada com acusações de corporativismo."
E ocorre a alguém, dentro do sistema, verificar a competência dos médicos portugueses no exercício diário das funções?
Facto: 2 anos de consultas da especialidade. Cirurgia? Não! Janeiro de 2022 vou a uma consulta urgente. O médico de serviço chama a colega de medicina interna para avaliar a situação. A médica de medicina interna verifica o meu processo e questiona-me: por que é que ainda não foi operado? Anda há 2 anos na consulta? Resposta minha: tem de perguntar à sua colega! Não sai da urgência sem ter a operação marcada e alguns do exames necessários realizados...
Quanto â não atracção dos jovens médicos pelo SNS há tanto a dizer! Tenho familiares médicos... que exercem em hospitais centrais. Conversamos bastante sobre o estado SNS e o corporativismo.
Quando estudei no ensino superior vivi "na casa" de médicos (ela professora convidada, hoje catedrática jubilada, e especialista de medicina interna e ele oftalmologista).
Deu para "verificar" a postura de cada um perante o exercício da medicina...
Munhoz Frade 09.12.2023

Conhecer um caso ou dois por contactos esporádicos não lhe dá segurança para fazer generalizações. Arrisca apenas a dar palpites. Não há corporativismo médico, enquanto sistema. É um mito, não estamos nos tempos medievais. Alguns setores profissionais protegem os seus interesses, sim, principalmente contra os próprios colegas. Porém dizer isso da maioria seria injusto e falso.

Anónimo 09.12.2023

Porque é que não se informa de vez as pessoas e fundamenta o porquê desta falta de médicos no SNS e em particular no interior ou nas zonas periféricas das grandes cidades?
Em vez de se estar a provocar polémicas desnecessárias e a estimular a cereja no meio do bolo que é a xenofobia.
Portugal é dos países da Europa com mais médicos per capita e tem uma forja em formação tal que dentro de meia dúzia de anos haverá um pletora que levará ao subemprego ou mesmo desemprego na profissão.
Tal já não acontece porque durante os próximos três anos ainda haverá milhares a se reformar.
Mas passados que sejam, se os importarmos agora de Cuba ou outro país qualquer, ficaremos com os médicos estrangeiros empregados e os portugueses recém formados desempregados, ou teremos que ter a deselegância de os mandarmos embora do SNS para pormos lá os portugueses.
Agora tudo isto não significa, tal como em outros países, que muitas regiões do interior consigam ter lá médicos.
Pois para tal será necessário que as autarquias assumam responsabilidades nessa matéria, tal como já o fazem na educação. Aliás como ao longo dos séculos e até ao 25 de abril de 1974 foi prática corrente. E deixarem-se de vez de usar os médicos e a saúde das suas populações como arma de arremesso para daí tirar dividendos políticos. Como tem sido constante em muitas autarquias e de que a nossa região é exemplo manifesto.
Munhoz Frade 09.12.2023

Pois, isso da arma de arremesso tem sido prática demagógica e consiste num método de manipular jogando com a ignorância. Coloca no seu comentário várias questões complexas. A questão da distribuição territorial, tal como outras, é multifatorial. Numa ditadura, o Estado poderia obrigar a colocação periférica ignorando a vontade dos profissionais. Como isso não é desejável, a decisão cabe-lhes. A parte principal do problema reside na qualidade da oferta dos postos de trabalho. Atrair, atrair, atrair…
Corporações 09.12.2023

Não seria melhor fechar o interior?
Quanto às generalizações, em nenhum comentário meu ela é feita (realiza uma interpretação abusiva). Apenas casos para se reflectir. Além disso, como disse tenho familiares médicos. Conversamos bastante...
Como gosto de estar informado leio, tento compreender e debato... e formo a minha opinião de modo, penso eu, fundamentado.
Tenho uma nora norte-americana que é médica (permite também obter mais informação). O pai e mãe também o são.
Sobre saúde (e SNS) não são só os médicos que estão capacitados para se terem opiniões fundamentadas. Esse é um erro comum a outras corporações. Li um artigo da autoria de um médico que trabalhou no SNS que mostrava como o rei vai nu (não deixava os médicos de fora das suas críticas). Felizmente não lhe foi instaurado um processo disciplinar como o foi à procuradora geral adjunta.
Munhoz Frade 09.12.2023

Também no nosso caso se fizeram procedimentos disciplinares por delito de opinião. Ninguém como os próprios profissionais pode apontar os defeitos do seu trabalho, incluindo fazer autocrítica. Felizmente, no nosso país temos tido alguns exemplos de quem “põe a boca no trombone”. Mas denunciar os erros e reclamar medidas não é suficiente. Há que ter atitude construtiva, pois a reorganização do nosso SNS é um processo coletivo.

Anónimo 09.12.2023

E a vinda ou não de medicos hoje, nada tem a ver com a dos dentistas brasileiros referidos no texto.
Na altura eram os responsáveis pelas escolas de formação de dentistas, todas públicas, que não abriam mão das vagas para aumentar a formação. E que nada tinha a ver com a Ordem dos Médicos, pois os odontologistas tinham ou têm uma ordem própria. Daí que a vinda em massa dos brasileiros fez todo o sentido, para conseguir lutar contra esse bloqueio corporativo.
Não tem nada a ver com o que se passa agora com a formação de médicos e onde os privados só agora entraram.
Corporações 09.12.2023

Pois, o que se pretendeu foi estabelecer uma analogia (democratizou-se o acesso à saúde oral).
Marque uma consulta para um especialista em Espanha (pode ser aqui ao lado em Sevilha) e surpreenda-se com o valor a pagar!

Anónimo 09.12.2023

“O SNS CORRE GRAVE RISCO DEVIDO À FALTA DE PROFISSIONAIS DE SAÚDE, NOMEADAMENTE MÉDICOS. PORTUGAL É UM DOS PAISES DA U.E. EM QUE O ESTADO MENOS GASTA POR HABITANTE COM A SAÚDE E ONDE A DESPESA DAS FAMILIAS MAIS AUMENTOU. COSTA E MEDINA IGNORAM QUE MUITAS DOENÇAS QUE ANTES ERAM FATAIS, AGORA SÃO CRÓNICAS OU POSSIVEL A SOBREVIDA, EXIGINDO MAIS EXAMES, MEDICAMENTOS E CIRURGIAS, E TAMBÉM MUITO MAIS TEMPO MÉDICO.” Eugénio Rosa
Munhoz Frade 09.12.2023

Quanto a estas afirmações, algo há que se pode corroborar sem necessidade de apurada análise estatística. A qualidade das consultas, por exemplo, depende do tempo disponível. Modo geral considera-se que o tempo mínimo aceitável para boa prática não seja inferior a 20 minutos. Nesse tempo, o médico deve colher a história clínica, analisar os antecedentes, incluindo resultados de exames complementares anteriormente feitos, observar o doente (exame objetivo), prescrever, ensinar, marcar novos exames, agendar consulta subsequente. Há médicos muito “despachados” e também há os que vêem e ouvem tudo com atenção e calma. Pensem nisto.

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