Quem (não) quer a Paz?
Sou contra a invasão da Ucrânia, como sou contra a invasão de qualquer outro país soberano. A Rússia, tal como todos os países que invadiram outros países soberanos, merece a nossa condenação. Dito isto, que parece amplamente consensual, pergunto se todos os que agora se dizem “ucranianos” se dizem (ou disseram alguma vez) igualmente “iraquianos” ou “palestinos”, só para dar dois exemplos...
Não gosto de unanimismos e temo as visões únicas de situações e problemas complexos. E fico preocupado com a forma como são tratados todos os que levantam a mínima dúvida em relação à visão única que nos é apresentada.
A invasão da Ucrânia e a guerra feita pela Rússia neste país soberano, não tem justificação. Não me parece que tenha sido esgotada a via diplomática para resolver diferendos e conflitos existentes. Mas a guerra está lá, a matar e ferir milhares de pessoas, a expulsar muitas mais daqueles territórios, a destruir cidades e vidas. Quando vai acabar? Fica por ali contida ou estende-se a outros países? Que consequências vai ter na Ucrânia, na Rússia, na Europa e no Mundo? Mesmo à distância já sentimos algumas. Mas que mais irá acontecer?
Perante esta dramática situação, ouvimos apelos à paz mas não vemos serem dados passos nesse sentido. Antes pelo contrário, vemos, ouvimos e lemos declarações de guerra, acusações de crimes contra a humanidade e uma corrida ao reforço do armamento. Será este o caminho para se chegar ao cessar fogo e à construção dos compromissos necessários ao fim da guerra e à contrução da paz?
Nestas situações críticas – a pandemia, a guerra -, por que passamos é frequente dizer-se que todos perdemos. Mas não é verdade! Veja-se o que aconteceu com a pandemia...