“Precisamos de uma vereação dinâmica, culta, criativa, que saiba ouvir e executar”, diz Florival Baiôa Monteiro
“Recuperar o património do centro histórico seria a principal tarefa. É humilhante, ao fazermos visitas guiadas, ouvir os comentários sobre a degradação dos edifícios. A falta de limpeza das ruas é outro problema, ninguém gosta de uma cidade suja. Falta uma visão, de futuro, para esta cidade, a nível patrimonial. Dou um exemplo: estava planeada a reconstrução parcial do templo romano, junto à Praça da República, para que os visitantes tivessem a sensação de volumetria do templo de Augusto. O que lá está, os alicerces do templo, são muros de pedra e argamassa, com um interesse relativamente pequeno para quem quer visitar a capital do antigo Conventus Pacensis romano. O trabalho de restauro arqueológico que foi executado em Mérida [Estremadura, Espanha] fez o turismo subir em flecha. Será que as nossas vereações não têm capacidade para olhar um pouco mais longe e executar obra de dimensão? Porque minguamos em vez de crescer? Espero que a futura vereação crie condições para a participação dos jovens na vida artística e que apoie as associações. Precisamos de uma vereação dinâmica, culta, criativa, que saiba ouvir e executar, pondo a população mais amante da sua terra e Beja no mapa de Portugal.”