Porque não dá explicações Lucília Gago ao País?
Ao acrescentar um parágrafo ao comunicado da PGR sobre a Operação Influencer dando conta de que o primeiro-ministro António Costa tinha sido referenciado nalgumas escutas telefónicas, Lucília Gago cometeu um erro grave, porque: (1) ou os indícios de ter cometido algum crime eram fortes e devia ter sido constituído arguido, (2) ou se não eram, como parece estar a confirmar-se, nunca o nome do primeiro-ministro devia ter sido divulgado porque o processo estava em segredo de justiça. Como se isso não bastasse e cinco meses decorrido, António Costa ainda não foi ouvido pela PGR, não tendo outras informações do processo para além das que são publicadas.
Quem julga ser Lucília Gago, para não dar explicações aos portugueses que justifiquem aquela sua intervenção com as implicações que teve no País? Porque não marca uma conferência de imprensa e, depois de prestar as informações que entenda, responde a todas as questões que os jornalistas lhe coloquem? Não o fazendo dá a entender que se considera acima de qualquer escrutínio e que não deve prestar contas / esclarecimentos aos portugueses. E assim põe-se a jeito dos juízos que entendermos fazer, incluindo o de que a sua intervenção no processo teve objectivos políticos e não meramente judiciais. Não o fazendo, presta uma mau serviço à Justiça e ao País.