“Parece-me que estamos a viver uma situação muito perigosa de regressão da liberdade.”
«No passado foi difícil recuperarmos em Espanha as nossas liberdades, sofremos censura. Por isso, estou demasiado velha para aceitar qualquer tipo de censura e não vou exercer autocensura. Estou aberta ao debate, a discutir com os outros as suas posições, sejam elas quais forem, e elas podem, ou não, convencer-me. Mas, o debate parece-me ser o que nos faz avançar, o que nos faz progredir. O que não estou disposta a fazer é que me imponham o que devo pensar. Preocupa-me muito que haja muita gente com medo de não ser, como dizemos em Espanha, politicamente correto. Isto não se refere apenas à política, refere-se a todos os aspetos da vida. Portanto, esta cedência de liberdade por medo do que as redes sociais possam dizer, por medo do que aqueles que foram eleitos possam fazer…não sei, acho que estamos a viver numa espécie de big brother, aquilo ao que George Orwell chamava o Ministério da Verdade. Vivemos numa sociedade absolutamente orwelliana, em que nos dizem o que temos de pensar, o que temos de dizer, parece-me absolutamente monstruoso. Essa é a semente do fascismo.» - Julia Navarro, escritora espanhola, romancista premiada, em entrevista a Jorge Andrade, aqui.