Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.
Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.
O verdadeiro "centrismo" dos serviços de saúde e em particular da saúde das pessoas, é o seu médico de família ou assistente, no caso de privados. E não o hospital público da sua área. Pelo que este debate sobre a saúde está enviesado e distorcido, logo à partida. E o que estamos de facto aqui a discutir, como já há muito tempo se percebeu. Não é a política de saúde na região. Mas, sim o aproveitamento de forma ignóbil das debilidades do sistema de saúde, para fazer baixa política.
Anónimo 20.12.2018 11:51
Baixa política não, meu amigo. Concordo que o centro do sistema deva ser o médico de família. Mas o que poderá ele fazer se à sua volta não houver meios complementares de diagnóstico decentes e especialidades a que enviar os seus doentes?
O centro do sistema deve estar sempre no doente,sendo que este, o doente,deve ter como porta de entrada no sistema os cuidados de saúde primários, quando não se encontra em situação de emergência. Só se está em situação de emergência a porta de entrada no sistema é o serviço de urgência hospitalar. Daí, o doente ou sai, sendo referenciado para o médico de familia ou para consulta de especialidade,caso nao ocorra óbito,ou segue para internamento. As consultas externas de especialidade são um recurso , que em condições fundamentáveis , está ao dispor do médico de família do doente, que pode utilizá-lo,e podem conduzir o doente ao internamento ou a simples parecer com retorno de informação ao seu médico de família. Numa ULS, o caso de Beja,o circuito do doente neste sistema deveria estar completamente assimilado e funcionar eficazmente de modo a colocar mesmo o doente no centro do sistema,daí resultando uma resposta o mais eficiente possível na utilização dos recursos disponíveis,garantindo a necessária e indispensável resposta às necessidades do doente. Para atingir esse desígnio,no Baixo Alentejo,foi criada a ULSBA -o doente está no centro deste sub sistema -deve ter acesso a cuidados de saúde integrados,onde os circuitos e os procedimentos devem estar primorosamente estudados e estabelecidos, cada uma das partes desse todo deve desempenhar o seu papel em beneficio do doente. Sabemos que nem sempre acontece e que o desígnio para que foi criada a unidade local não foi ainda atingido, conforme análise de factos e pareceres/alguns estudos,com prejuízo para o doente.A discussão que neste blog esta a decorrer,para onde vai este ou aquele equipamento, quem faz isto ou aquilo,vem dar razão ao que acabei de referir.Em suma,o doente no centro do sistema, tem o direito a cuidados de saúde integrados,prestados no tempo ,com os prestadores certos nos locais certos.Isso nem sempre acontece,porque o sistema tem falhas, às vezes grandes, Há que melhorá-lo com organização e gestão adequados.
O cidadão comum, nem possui os níveis essenciais de literacia "tout court", como é que se pode utopicamente exigir um um investimento em literacia médica?...O verdadeiro problema, é que o SNS não consegue dar resposta, em termos objectivos, à procura de cuidados básicos de saúde!...é um princípio constitucional, muitas vezes subvertido, por força do próprio Sistema, onde impera o negócio, os números e as estatísticas em prejuízo do verdadeiro investimento em matéria de Saúde!...E nem queria entrar em áreas de natureza política, decorrentes dos princípios básicos do regime Democrático, conquistado a pulso, no passado recente!
Não por acaso o termo utilizado foi "literacia para a Saúde" e não literacia médica. Talvez não saiba, mas é dos melhores investimentos sociais e económicos que se podem fazer em políticas de saúde - só a título de exemplo, diminui imenso o gasto em recursos desnecessários e ajuda a que os cuidados de saúde sejam procurados, e dados, no nível de cuidados adequado.