O meu Benfica
Até pode dar certo… mas não me parece que estejamos a seguir o melhor caminho.
Muito nos falam do aproveitamento dos melhores jogadores da formação, mas, depois da pré-época, em quantos vão mesmo apostar, de forma séria e insistente? Quantos jogadores da formação vão integrar o plantel e quantos destes vão jogar regularmente? Entre jogadores equiparados, um da formação e outro contratado “a peso de ouro”, principalmente se este tiver sido opção do treinador, qual vai ser escolhido preferencialmente para a equipa?
Porque não se recorre “ao mercado nacional” para recrutar alguns jogadores promissores que, pelas suas prestações, parece que poderiam preencher algumas lacunas, a custos mais baixos, com maior rentabilidade potencial e com a vantagem de mais fácil adaptação, tendo em conta o conhecimento do nosso campeonato? Porque raramente se contratam jogadores africanos, designadamente das ex-colónias, e praticamente só se recorre aos mercados sul-americano e, cada vez mais, europeu, este substanciamente mais caro?
Era desejável que o plantel ficasse praticamente fechado quanto antes, designadamente antes de começarem as competições. Até ao momento ainda não foi fechada nenhuma saída de monta e nenhuma irá acontecer pela cláusula de rescisão, atendendo à fraca valorização (nalguns casos, desvalorização) dos jogadores. Alguns têm sido “dispensados” e outros “vendidos a preço de saldo”…
O plantel devia ter dois jogadores por sector que fizessem a diferença, que constituíssem, de forma estável, a coluna vertebral da equipa. Era nesses que se devia investir de forma cirúrgica e a sério. Os restantes, que devem ser bons jogadores, não têm de ser necessariamente craques, porque o Clube não tem condições para os contratar. E bons jogadores em potência há muitos da formação, que lá continuam ou que foram emprestados. Mas não basta incluí-los no plantel e pô-los a jogar na pré-época ou em jogos de treino… é preciso apostar neles a sério, com insistência e persistência, dar-lhes verdadeiras oportunidades de forma a potenciá-los. Em quantos se fez isso na última época? Isso parece só acontecer por absoluta necessidade, por venda ou lesão grave dos titulares…
Rui Costa, ao assumir a presidência, mostrou-se muito ambicioso, o que deve ser apanágio de todos os que trabalham no Clube, mas simultaneamente excessivamente apressado, designadamente ao amitir como possível a curo prazo a conquista de uma prova europeia… E o provérbio diz que “as cadelas apressadas...” A margem (desportiva mas também económica) de desculpa de falhar uma nova época é mínima - se é que ainda existe , para o presidente Rui Costa e para o treinador Roger Smitdh. E não me parece que estejam a aproveitar bem a pré-época, tal como aconteceu no ano passado… Mas estas são apenas opiniões de um “treinador de bancada”, que não conhece os pormenores da gestão do clube nem do plantel, e que espera, com toda a crença do mundo, que o tempo mostre que estão erradas.
Viva o Benfica! A caminho do 39º!