O fascismo português
«É enorme a lista de semelhanças entre o fascismo português e outros fascismos europeus, em especial o italiano: a retórica pseudo-revolucionária dos seus dirigentes (a começar no próprio Salazar) nos primeiros 10 anos do Estado Novo; o movimento cultural e propagandístico (a "Política do Espírito" de António Ferro), a utilização política dos meios de comunicação de massas e da cultura popular, o culto da personalidade do líder e as gigantescas manifestações organizadas para o vitoriar; a reconstrução de um nacionalismo messiânico e "regenerativo" quer contra a "corrupção das democracias", quer para justificar o império colonial; as estruturas institucionais decalcadas de Mussolini, como a Câmara Corporativa (que o próprio Marcelo Caetano escreveu ser uma cópia integral da equivalente italiana), o partido único e uma milícia civil armada chamada Legião Portuguesa; o enquadramento de trabalhadores pela Federação Nacional para a Alegria no Trabalho (FNAT); a mentalização política nas escolas ou através da Mocidade Portuguesa ou, até, pela Obra das Mães pela Educação Nacional (OMEN); o inimigo interno focado no anticomunismo para justificar a opressão; um aparelho repressivo com polícia política e uma extensa rede de informadores civis, tribunais especiais, estabelecimentos prisionais para oposicionistas, repressão de movimentos laborais, assassinatos de opositores. Quase tudo durou até à Revolução dos Cravos.» Anónimo 01.04.2023, aqui.