“Não queremos RSI, mas trabalho” gritaram ciganos à chegada do candidato à PR, André Ventura, a Serpa
No primeiro dia oficial de campanha presidencial, a chegada do candidato André Ventura - o deputado único do Chega, partido da extrema-direita, que chegou a sugerir um confinamento específico dos ciganos durante a pandemia de covid-19 -, a um comício em Serpa, foi marcada por insultos ao candidato e protestos por parte de populares, a maioria de etnia cigana. Cerca de 50 pessoas empunharam cartazes, gritaram palavras de ordem para expressar o seu desacordo com as ideias defendidas por Ventura: “Alentejo, terra da Liberdade”, “Facho!” ou “Zeca, obrigaram-me a vir para a rua”.
"Vão trabalhar, trabalhar!”, gritou André Ventura, em direção aos manifestantes, ladeado por seguranças. “Beja foi [o distrito] escolhido para ser o início da caminhada presidencial pela razão que temos insistido: há um país em que metade trabalha para outros não fazerem nada”, afirmou, lamentando “privilégios e regalias injustificados nos últimos 45 anos”. Classificou ainda a sua corrida ao Palácio de Belém como “a maior ameaça" ao sistema. “Não são ‘Grândolas’ cantadas lá fora por subsidiodependentes que nos vão fazer parar esta marcha.”