Luís Montenegro desde que a AD ganhou as eleições entrou em processo de auto-satisfação e de negação. Logo nessa altura, achou que tinha de ser primeiro-ministro, apesar de contar com uma das mais pequenas maiorias relativas no Parlamento, ignorando que se não fosse o PS ainda hoje estaria à espera de o ser. Agora, depois de vir a público, a embrulhada em que se envolveu, já repetiu várias vezes que já tinha esclarecido todas as dúvidas, quando (quase) ninguém se considera suficientemente esclarecido.
Luís Montenegro ameaçou os que avançaram com uma Comissão Parlamentar de Inquérito para esclarecimento das dúvidas sobre as avenças que manteve, através da sua empresa, depois se ser primeiro-ministro, garantindo que iria esclarecer tudo e que iriam ser surpreendidos, por não haver nada de errado ou irregular na sua conduta. Isso significa que ainda tem muito para esclarecer. Então porque não o fez já e não o faz agora?!...
Luís Montenegro acha que mesmo que fosse declarado arguido seria candidato, porque entende que não fez nada de errado, que o seu governo está a governar bem e as pessoas estão satisfeitas, recusando reconhecer que a relação de confiança que vinha a estabelecer com os portugueses foi quebrada e que, em função disso, quanto mais explica mais dúvidas as pessoas têm acerca da sua idoneidade.