Falta de ética no acesso de alguns à vacina contra a COVID-19
«O mês de fevereiro iniciou com notícias diárias de novos casos de “vacinação indevida” contra a Covid 19. A indignação tomou conta das redes sociais e a comunicação social veiculou as opiniões dos do costume: comentadores residentes, uns políticos no ativo, outros nem tanto.
Parece-nos que se trata, na maioria, de matéria relacionada com a ética, ou a falta dela, do que propriamente com questões de ilegalidade. …
O Plano da task force, a Norma da DGC e a sua atualização não primam pela clareza. Contudo, a cronologia apresentada na página da DGS, indicando a hierarquização e apontando, para fevereiro, o início da vacinação dos grupos prioritários em razão da idade, bem como as diversas declarações públicas a este respeito, por parte de vários responsáveis políticos, veio fortalecer as suspeitas de que houve pessoas vacinadas indevidamente.
Têm sido noticiados atropelos aos processos de vacinação contra a Covid 19 um pouco por todo o mundo, nalguns casos com consequências imediatas, nomeadamente através da demissão dos prevaricadores. Em Portugal, suspeita-se de muitos casos de vacinação que ilegal. Houve, até ao momento, duas demissões. Porém, ainda que não sejam contrárias à lei, a falta de ética, na maioria das situações que se tornaram públicas, oferece poucas dúvidas.»
Sónia Calvário, aqui.