ESCOLHA DIFÍCIL
Os militantes e simpatizantes do PS vão hoje votar para escolher qual dos António’s – Costa ou Seguro -, preferem que seja candidato a primeiro-ministro.
Parece-me uma tarefa difícil, não só pelo que (não) os distingue mas, fundamentalmente, pelas garantias que (não) dão para que - se algum deles vier a ser primeiro-ministro -, venham fazer muito de diferente, para melhor, do que os anteriores e o actual primeiro-ministro.
Não faço parte dos que vão fazer essa escolha, mas, porque o debate foi público, tenho algumas opiniões sobre os oponentes - pareceram mais inimigos do que adversários e muito mais do que apenas concorrentes, que é o que se esperava que fossem.
Nunca simpatizei muito com Seguro, porque sempre me pareceu um pouco frouxo e demasiado comprometido com o aparelho, com o que isso pode significar de pior e pouco virado para a esquerda. Mas gostei de algumas posições e propostas que defendeu durante ao governação de Sócrates e o chegar-se à frente quando outros se encolheram.
Simpatizava mais com Costa, por ser mais empático, parecer mais claro e mais à esquerda. Enquanto ministro das Autarquias não deixou saudades, porque fez aprovar da legislação que mais as prejudicou. Hesitou em avançar nalguns momentos em que esperavam que o fizesse.
Os debates não ajudaram a esclarecer muito, nem sobre as propostas que têm para o país (e das poucas que apresentaram algumas era melhor não as terem), nem sobre o que os distingue, designadamente o que pode fazer de cada um melhor candidato e melhor primeiro-ministro, se o PS vier a formar governo.
Ao contrário, julgo que os debates deixaram-nos uma pior imagem de qualquer deles do que a pior que podíamos ter antes deles.
Assim sendo e admitindo que estas minhas dúvidas possam ser partilhadas por parte do seu universo eleitoral, estou curioso como este se vai comportar: Que percentagem vai votar, maior entre militantes ou simpatizantes, e qual o sentido de voto de uns e de outros.
Julgo que será um pouco à volta da interpretação destes resultados que se poderá perspectivar melhor o futuro do PS, eventualmente dos partidos em geral e do país.