COMO É QUE OS PODEMOS LEVAR A SÉRIO?
Os partidos do governo e o maior partido da oposição evidenciam, mais uma vez, a sua incapacidade de ler os sinais que os portugueses lhes enviam nas eleições.
Face aos maus resultados eleitorais como reagem?
Os partidos do governo alteram o que os levou a ter a pior votação de sempre – a política de empobrecimento de Portugal e da esmagadora maioria dos portugueses? Não! Insistem e, nalguns casos, acentuam essa política, agravando ainda mais algumas das sua políticas e medidas e, como se isso não fosse já suficiente, afrontam o Tribunal Constitucional, acusando-o de impedir o governo de governar, quando este mostra à saciedade que não sabe ou não quer respeitar a Constituição, que se comprometeu a cumprir.
E o PS o que faz? Reflecte sobre os magros resultados eleitorais obtidos e, percebendo que não é propondo e defendendo uma política que é, no essencial, a cópia da que o governo pratica, infecte a sua proposta política e afasta qualquer hipótese de entendimento com os partidos do governo, caso venha a ganhar as próximas eleições legislativas? Não! Insiste na alternância em vez de trabalhar numa verdadeira alternativa à política que está a arruinar o país e a atirar mais portugueses para o desemprego, a emigração e a pobreza.
E, como se isto não fosse mau de mais, colocam as cerejas no topo das suas actuações. O primeiro-ministro desmarcou a sua deslocação ao Brasil, para assistir aos jogos da selecção nacional, para se dedicar a tempo inteiro à politiquice da afronta ao Tribunal Constitucional, na tentativa de criar uma nuvem de fumo sobre os maus resultados da sua governação.
E o PS lança-se nuns jogos florais sobre quem deve ser o seu primeiro-ministro, tentando fazer esquecer que, se não contribuir para a construção de uma verdadeira alternativa à política do actual governo, corre o risco de não ganhar as eleições e, consequentemente, a não ter primeiro-ministro seu ou a aliar-se aos partidos do governo (um ou outro ou os dois) para o conseguir.
Face a isto, a estes jogos de e pelo poder, que sobrepõem aos esforços que deveriam fazer para tentar encontrar os melhores caminhos para a grave situação para que conduziram Portugal e a grande maioria dos portugueses, como esperam que os eleitores reajam?...
Com estas atitudes, fazem lembrar aquele presidente do Brasil, que num eloquente discurso afirmou que o Brasil estava à beira do abismo e que ia dar um passo em frente…