Agricultura voltou a ter secretário de Estado, mais de um mês depois
O novo secretário de Estado da Agricultura é Gonçalo Caleia Rodrigues, vice-presidente do Instituto Superior de Agronomia, da Universidade de Lisboa (ISA-UL), anunciou o Presidente da República, ocupando o lugar deixado vago pela ex-secretária de Estado, Carla Alves, que se demitiu a 5 de Janeiro, no dia seguinte a tomar posse.
O novo secretário de Estado da Agricultura é natural do Porto, licenciado em Engenharia do Ambiente, doutor em Engenharia dos Biossistemas, no ISA-UL, onde é professor desde 2013. Foi coordenador executivo do COTR, para além de integrar vários painéis e grupos de trabalho técnico-científicos.
“O Governo quer que a agricultura seja mais eficiente, tecnológica, digital. Mas se não tivermos recursos disponíveis, não será necessário este investimento. Se não tivermos com o que regar, não serão sensores, drones ou painéis fotovoltaicos que irão garantir a produção agrícola. Há que procurar orientar, sintonizar e aproveitar os financiamentos disponibilizados pela nova PAC para garantir a implementação de medidas de fundo para o combate às alterações climáticas, garantindo o abastecimento de água às culturas, aumentando o volume e/ou o valor da produção agrícola, concorrendo para uma menor dependência externa, uma maior competitividade económica e, por conseguinte, uma maior capacidade de atração/retenção de jovens no setor. E não precisamos de reinventar a roda. O levantamento está feito. Basta vontade política para o executar.” ( in O Observador)
Gonçalo Rodrigues manifestou incompreensão pela escolha da EDIA, por parte de Maria do Céu Antunes, para a realização do “estudo nacional de avaliação dos territórios para reforço do regadio”: “não posso deixar de ficar preocupado… E essa preocupação prende-se com o facto de ter sido a EDIA e não a DGADR a instituição escolhida para avaliar as condições edafoclimáticas do território, permitindo a escolha das potenciais regiões propícias a ser alvo de extensão de obras em utilização ou de novas empreitadas para a construção de novos perímetros de rega. Temo que este seja o começo de uma jornada sem retorno… Que, à semelhança do que vimos acontecer com a DGAV, seja o início de um processo de tirar competências à Direção-Geral da nossa Agricultura. Direção-Geral essa que deveria continuar a ser aquilo que a caracterizou e ainda continua a caracterizar: um verdadeiro organismo público ao serviço a agricultura e desenvolvimento rural, e a verdadeira Autoridade Nacional do Regadio”.