AFINAL QUEM TEM MAIS LEGITIMIDADE DEMOCRÁTICA PARA FORMAR GOVERNO?
Passos Coelho e Paulo Portas falaram, na noite das eleições, como só fosse possível e democrático a formação de um governo de direita (PSD+CDS). Paulo Portas chegou até a afirmar que seriam de recusar as tentativas de ganhar na secretaria o que não ganharam nas urnas.
Vamos lá a ver então quem pretende ganhar na secretaria o que perdeu nas urnas.
O PSD e o CDS elegeram, no conjunto, 104 deputados, com 2.071 mil votos.
O PS em conjunto com o BE elegeram os mesmos 104 deputados, mas com 2.389 mil votos.
O PS em conjunto com o BE e a CDU elegeram 121 deputados, com 2.833 mil votos.
Mas, apressou-se logo Passos Coelho a afirmar que os dois partidos da direita iriam assinar um acordo de governação, para garantir ao PR que tinham condições para governar. Esta afirmação foi feita para dizer que enquanto a direita se entende para governar, as esquerdas não o conseguem fazer. E assim tem sido.
Mas e se agora as três principais foças eleitorais de esquerda conseguirem chegar a um entendimento e criarem uma alternativa de governo, como parece ser a vontade de todos, como parece haver disponibilidade de todos, a crer nas declarações efectuadas pelos seus líderes na noite das eleições?
Talvez seja com receio de que isto possa acontecer que Cavaco Silva está a apressar o processo de formação do novo governo, nem sequer esperando pelo resultado final completo das eleições (ainda falta apurar os deputados eleitos pela emigração)…