Uma investigação científica, levada a cabo por Susana Narotzky, descreve aquilo a que chama "a face oculta do capitalismo contemporâneo". A tese principal do estudo é clara e defende que o trabalho assalariado, entendido como a relação social central do capitalismo, já não pode ser considerado o modelo universal dominante, porque a economia global baseia-se numa "vasta gama de formas de trabalho informais, precárias e muitas vezes invisíveis", que vão "desde os empregos temporários e informais até às práticas laborais fortemente condicionadas pela extração de recursos naturais ou por situações de confinamento social e económico", e que, embora estas práticas não se enquadrem nos esquemas clássicos de trabalho, "são fundamentais para a produção de valor no sistema capitalista".