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Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

“Vamos assim-assim”

Zé LG, 11.05.23

851263.jpg«Bastava termos dedicado uns minutos a ler o relatório da revista britânica The Economist e rapidamente teríamos percebido porque nos estamos a tornar no carro vassoura da Europa: reclamamos muito, mas exigimos muito pouco. Temos uma cultura que se dá à lamúria e quando nos perguntam o que queremos, é frequente respondermos que ‘tanto faz’, ou ‘escolhe tu’; E se nos perguntam como estamos, vamos ‘assim-assim’ ou ‘mais ou menos’. É típico dos portugueses, já dizia o Presidente Jorge Sampaio.»

Luís Castro, Jornalista, explica, aqui, porque “só há vinte e quatro democracias plenas no mundo e Portugal não é uma delas”, sendo considerada “uma democracia imperfeita” e “uma das democracias eleitas onde se regista degradação das suas instituições democráticas”.

Chega! O fascismo não passará por aqui.

Zé LG, 25.04.23

Ezx2dWzXoAk0KG6.jpgAssistimos hoje a um enfraquecimento das democracias, um pouco por todo o Mundo. O que muitos consideravam irreversível está a acontecer. Tal deve-se, em primeiro lugar, à falta de respostas satisfatórias às necessitades mais sentidas dos povos, por parte dos governos, que, em vez de aprofundarem as suas componentes económica, social e de defesa do ambiente e criarem espaços de maior paricipação popular, muito fazem para reduzir a democracia à sua componente política e eleitoral e mesmo estas são, nalguns casos, fortemente condicionadas. Mas o enfraquecimento das democracias deve-se também à falta de instrumentos que as defendam mais eficazmente. Não pode valer tudo, incluindo tudo o que os seus inimigos fazem para as destruir, em nome da liberdade que elas lhes proporcionam.

Há 49 anos atrás reconquistámos a Liberdade e com ela construímos o regime democrático, que, não sendo perfeito e necessitando de grandes aprofundamentos, nos permitiu ter um Portugal melhor, aberto ao Mundo e mais desenvolvido. Precisamos de melhorar a democracia, travar tentações autoritárias do tipo “quero, posso e mando”, “isto é tudo nosso” ou “vale tudo” e desmascarar e combater todas as forças saudosistas do Estado Novo, que tudo fazem para, aproveitando a falta de defesas eficazes da democracia, para a fragilizar, tentando fazer crer nas pessoas a necessidade de “salvadores da pátria” e de um novo regime autoritário.

É com esses objectivos que alguns têm vindo a usar e abusar deste espaço para tentar condicionar e impedir qualquer debate sério sobre qualquer assunto e fazer a defesa do fascismo e propaganda de ideias anti-democráticas. Se o querem fazer, façam-no nos seus espaços, não usem este. Chega! O fascismo não passará por aqui.

Evocação dos 50 anos do 3º Congresso da Oposição Democrática

Zé LG, 01.04.23

335864864_1726202191130619_4566957898837810732_n.jpgA URAP organiza em Aveiro, dia 1 de Abril, uma comemoração de âmbito nacional do 50º aniversário do 3º Congresso da Oposição Democrática, acontecimento de particular importância na luta contra o fascismo português, que veio juntar-se à luta de todos os democratas portugueses contra a ditadura e constituiu um forte impulso para o 25 de Abril de 1974.

O 3º Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro entre 4 e 8 de Abril de 1973, com a participação de 4 000 antifascistas, contribuiu para a queda do regime fascista e colonialista que durante 48 anos governou Portugal e foi um factor de consciencialização para os oficiais das Forças Armadas. Lembrar e agradecer aos que combateram contra o fascismo é um dever e é lutar pela continuação da liberdade e da democracia! Daqui.

A democracia portuguesa ainda não recuperou da pandemia

Zé LG, 11.02.23

844294.jpgEm 2022, Portugal não evoluiu positivamente no Índice de Democracia elaborado anualmente pela revista The Economist. Há três anos, à boleia da pandemia, dos estados de emergência e das restrições às liberdades, Portugal desceu à categoria de «democracia com falhas», e, desde então, nunca mais conseguiu regressar ao estatuto de «democracia plena», no qual estava em 2019
O relatório de 2022, divulgado pela The Economist Intelligence Unit, atribui a Portugal uma pontuação total de 7,95 em 10, contribuindo para que o país se mantenha no 28.º lugar na classificação global, mas em 16.º na regional, que diz respeito à Europa Ocidental. Nesta classificação, a democracia portuguesa só fica à frente das de Malta (17.º), Itália (18.º), Bélgica (19.º),   Chipre (20.º) e Turquia (21.º).
Entre os critérios avaliados, Portugal consegue obter a sua melhor  pontuação no processo eleitoral e no pluralismo (9,58 em 10) e nas liberdades cívicas (9,12 em 10). Já em critérios como a participação política (6,67) e a cultura política (6,88), fica muito aquém da maioria dos países europeus.

Há muita gente séria na política. Nem todos são iguais.

Zé LG, 25.01.23

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgCom demasiada frequência, ouvimos dizer que, na política, são todos iguais. E esta afirmação, que podia ser um elogio, pretendendo dizer que todos os que fazem política o fazem de forma desinteressada em termos pessoais e com todo o empenhamento em servir a comunidade e a sociedade, não passa de um atestado de malvadez aos políticos, principalmente aos que militam em partidos com poder e aos que exercem cargos públicos, seja a que nível for.

 

A democracia está a ser posta em causa com demasiada frequência

Zé LG, 11.01.23

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgÉ costume repetir-se que “a democracia é o pior dos regimes, depois de todos os outros”. Esta simples mas verdadeira constatação não nos deve levar a considerar o regime democrático irreversível. Para nos lembrar isso mesmo aí estão os acontecimentos registados no Brasil, à semelhança dos que tiveram lugar há dois anos nos Estados Unidos da América.

Em democracia devemos celebrar as vitórias e aceitar as derrotas. É dos poucos, senão o único, regime em que os que hoje ganham eleições, nalguns casos até com maioria absoluta, e acedem ao poder, amanhã podem perder eleições e ser afastados do poder. Tal não se verifica noutros regimes, designadamente nos totalitários, em que, alcançado o poder, os que tal conseguiram pretendem perpetuá-lo para sempre, quase sempre com as consequências que se conhecem.

 

 

Palavras de raiva/dor e um revoltado com o caminho que a Democracia tem seguido

Zé LG, 15.10.22

cartaz-mob-luta-cgtp.jpg«Lá vai, mais uma vez, a CGTP fazer uma marcha/manifestação, embora não seja de Stº António, não deixa de ser folclore. Nenhum leitor lamentará mais ao ler estas palavras do que a raiva/dor que tenho ao escrevê-las.

As palavras assim ditas tornaram-se surdas, sei-o porque participei em muitas, e doeu-me ao descobrir esta verdade.

O "abaixamento do custo de vida, e o ataque aos direitos" não se consegue com manifestações, já não, conquista-se nos locais de trabalho, nos Centros de Desemprego, junto dos jovens desiludidos que passam pela vida invisíveis. É com esses que manteremos e aumentaremos o que conquistamos.

O Governo dos Capitalistas, seja ele social-democrata, conservador, ou fascista, dizem para eles mesmos - deixai-os gritar, lavam a "consciência" e desopilam o fígado.

Foi a esta situação que os Partidos de Esquerda (Nota - o PS é a esquerda da Direita) e nós, os sem Partido, mas de Esquerda, nos deixamos chegar, ao aceitar o falseado jogo eleitoral da Democracia (Ditadura) Burguesa (Capitalista).

Com tristeza

Zé Onofre 15.10.2022», aqui.

 

Este texto parece-me de grande pertinência e oportunidade por traduzir a desilusão de muitas pessoas, que acreditaram que pelas “portas que Abril abriu” pudesse fazer-se a caminhada que gerasse e consolidasse uma Democracia que, para além de política, fosse também económica, social e cultural e respeitadora do ambiente. E agora sentem-se revoltadas por constatarem que, quase meio século depois do 25 de Abril e depois de tantas lutas, a Democracia política se tem degradado, devido às inúmeras promessas não cumpridas, e as restantes componentes estarem a regredir no pouco que avançaram.

Esta situação é tão gritante que até o comentador-mor da República veio a terreiro reconhecer isto mesmo. Palavras importantes e oportunas que logo o vento levou na enxurrada de declarações/comentários que fez e que, intencionalmente ou não, fizeram esquecer aquelas que deveriam ter merecido a atenção e debate dos agentes políticos.

"Procuramos aplausos rituais"

Zé LG, 02.10.22

PN.jpg"Muito mais do que interessados no debate recional de ideias que desde sempre nos fez evoluir como sociedade, estamos focados no aplauso fácil dos grupos e subgrupos a que pertencemos. Não falamos para um interlocutor, não esperamos verdadeiramente qualquer resposta, não queremos questionar ou ser questionados. Procuramos aplausos rituais. A loucura identitária, o terrível enni das classes médias urbanas, as frustrações indizíveis na vida contemporânea e o pântano cobarde das redes trouxe-nos a um lugar de ruidoso silêncio. E isso, para uma democracia liberal, é profundamente perigoso."

Pedro Norton, na sua crónica "Um lugar de ruidoso silêncio", publicada na VISÃO de 22/09.

"ataques que aqui frequentemente aparecem nada têm de democráticos"

Zé LG, 06.09.22

«Estes ataques que aqui frequentemente aparecem nada têm de democráticos. São proferidos com ódio anticomunista por quem deseja que esse partido desapareça do mapa. Democracia não é pensarmos todos da mesma maneira, seguindo atrás do que insensatamente se proclama, como um rebanho de ovelhas.» Anónimo 03.09.2022, aqui.

“Quando há passividade, conformismo ou comodismo não se exerce influência sobre o dia-a-dia da governação”

Zé LG, 03.07.22

«Vivemos em democracia, elegemos os nossos governantes, a responsabilidade é colectiva. Mas a democracia não se esgota nisso. Manifestar-se, protestar, reivindicar, são direitos, mas de exercício voluntário. Quando há passividade, conformismo ou comodismo não se exerce influência sobre o dia-a-dia da governação. Deixam-se os meios de comunicação social fazerem-no. Para o bem e para o mal. Se assim é, nós cidadãos é que não podemos sacudir a água do capote.» Anónimo 02.07.2022, aqui.