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Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

Alvitrando

Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.

“Vamos assim-assim”

Zé LG, 11.05.23

851263.jpg«Bastava termos dedicado uns minutos a ler o relatório da revista britânica The Economist e rapidamente teríamos percebido porque nos estamos a tornar no carro vassoura da Europa: reclamamos muito, mas exigimos muito pouco. Temos uma cultura que se dá à lamúria e quando nos perguntam o que queremos, é frequente respondermos que ‘tanto faz’, ou ‘escolhe tu’; E se nos perguntam como estamos, vamos ‘assim-assim’ ou ‘mais ou menos’. É típico dos portugueses, já dizia o Presidente Jorge Sampaio.»

Luís Castro, Jornalista, explica, aqui, porque “só há vinte e quatro democracias plenas no mundo e Portugal não é uma delas”, sendo considerada “uma democracia imperfeita” e “uma das democracias eleitas onde se regista degradação das suas instituições democráticas”.

Embaixador Álvaro Mendonça e Moura vai presidir à CAP

Zé LG, 03.05.23

cap.pngO Embaixador Álvaro Mendonça e Moura é candidato à presidência pela lista única subscrita por 129 organizações associadas da CAP, nas eleições marcadas para 17 de maio, para eleger os órgãos sociais para o triénio 2023-2026, num momento particularmente desafiante do setor e de relações complicadas com a tutela, que a estrutura tem acusado de se demitir de responsabilidades e afastar dos agricultores, pondo em risco toda uma área de atividade de enorme relevância.

Álvaro Mendonça e Moura, "ligado desde sempre por tradição familiar à agricultura em Trás-os-Montes", assumiu a condução dos negócios agrícolas da família e "procedeu a uma profunda reconversão dos mesmos tendo criado uma sociedade familiar de que é o principal sócio, dedicando-se especialmente ao olival, vinha e amendoal". O diplomata é também sócio da APPITAD - Associação dos produtores em proteção integrada de Trás-os-Montes e Alto Douro e da AMÊNDOACOOP - Cooperativa dos produtores de amêndoa de Torre de Moncorvo e membro fundador do Círculo de Estudos do Centralismo.

“tolerância zero” para com abusadores e ocultadores deixando-os “à solta”?

Zé LG, 06.03.23

Sem nome (10).pngReuniu a Conferência Episcopal, mais de um ano depois de criada a Comissão Independente para estudar realidade dos abusos sexuais de crianças no seio da Igreja Católica e 20 dias após a entrega do relatório desta. Tempo manifestamente insuficiente para os bispos assimilarem a gravidade da situação.

O comunicado da Conferência Episcopal Portuguesa devia envergonhar quem o fez. Pede perdão mas não mostra arrependimento. Reafirma o “propósito de tudo fazer para que os abusos não se voltem a repetir” mas não toma o primeiro passo para que tal aconteça – a suspenção dos suspeitos e dos ocultadores. Manifesta ““tolerância zero” para com todos os abusadores e para com aqueles que, de alguma forma, ocultaram os abusos praticados dentro da Igreja Católica” e mantêm-os em funções. E, cereja no topo do bolo, vai realizar “um memorial no decorrer da Jornada Mundial da Juventude”... 

Porque se mantém a Igreja Católica pedófilos em funções?

Zé LG, 22.02.23

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgHá uma semana atrás, Portugal foi confrontado com o relatório da Comissão Independente sobre os Abusos Sexuais na Igreja Católica no nosso país – cerca de 5 mil casos de abusos sexuais praticados nas últimas décadas, a esmagadora maioria contra crianças, na maioria dos casos à guarda de instituições da Igreja Católica e nas suas próprias instalações.

Nada que não se soubesse ou não se suspeitasse. Mas, muitos de nós, preferimos fingir que desconhecemos os podres da sociedade e então quando se trata de uma instituição tão poderosa e com tanta influência como a Igreja Católica quase ninguém se atreve a falar… Mais grave ainda foi a postura de alguns bispos e outros altos dignitários da Igreja Católica que tudo fizeram para, numa primeira fase, impedir a criação daquela Comissão Independente e, depois, o seu trabalho de recolha de informação. E, depois dos resultados conhecidos, ainda há os que não se inibem de publicamente afirmarem que fizeram mal em abrir a caixa de pandora, porque agora será muito difícil fazer o controlo de danos, não das vítimas, mas da Igreja Católica e dos que, em seu nome, praticaram crimes tão hediondos…

 

 

Igreja Católica espera que tudo se resolverá com o esquecimento, uns pais-nossos e umas ave-marias

Zé LG, 19.02.23

incendio-relatorio-abusos-sexuais-igreja-24-scaled.jpgE a resposta da Igreja era banal e burocrática: sim, pediam “perdão a todas as vítimas” e não há “lugar na Igreja para os abusadores”. Mas sobre indemnizações às vítimas, nada; sobre as responsabilidades dos bispos encobridores, nada; sobre a entrega à justiça ou, ao menos, o afastamento dos suspeitos ainda no activo, logo se irá ver, há procedimentos próprios da cúria a respeitar.

Ou seja, e tudo posto a nu, a hierarquia da nossa Igreja Católica confia em que, assente a poeira mediática e prescritos quase todos os crimes, tudo se resolverá com o esquecimento, uns pais-nossos e umas ave-marias e, ironia das coisas, um gigantesco espaço de confissões na próxima Jornada Mundial da Juventude, em que os pecadores serão os jovens e o perdão será concedido pelos padres. (Miguel Sousa Tavares, in Expresso, 17/02/2023), aqui.

A democracia portuguesa ainda não recuperou da pandemia

Zé LG, 11.02.23

844294.jpgEm 2022, Portugal não evoluiu positivamente no Índice de Democracia elaborado anualmente pela revista The Economist. Há três anos, à boleia da pandemia, dos estados de emergência e das restrições às liberdades, Portugal desceu à categoria de «democracia com falhas», e, desde então, nunca mais conseguiu regressar ao estatuto de «democracia plena», no qual estava em 2019
O relatório de 2022, divulgado pela The Economist Intelligence Unit, atribui a Portugal uma pontuação total de 7,95 em 10, contribuindo para que o país se mantenha no 28.º lugar na classificação global, mas em 16.º na regional, que diz respeito à Europa Ocidental. Nesta classificação, a democracia portuguesa só fica à frente das de Malta (17.º), Itália (18.º), Bélgica (19.º),   Chipre (20.º) e Turquia (21.º).
Entre os critérios avaliados, Portugal consegue obter a sua melhor  pontuação no processo eleitoral e no pluralismo (9,58 em 10) e nas liberdades cívicas (9,12 em 10). Já em critérios como a participação política (6,67) e a cultura política (6,88), fica muito aquém da maioria dos países europeus.

Um país de emigrantes deve acolher melhor os imigrantes

Zé LG, 07.12.22

Banner-Lopes-Guerreiro-300x286.jpgAs recentes notícias sobre a mega-operação levada a cabo pela Polícia Judiciária contra uma rede de tráfico humano, associação criminosa e branqueamento de capitais no Baixo Alentejo, vieram trazer para a ordem do dia as inumanas condições de acolhimento de imigrantes no nosso país.

Importa, antes de mais, frisar que estes problemas não existem apenas no Baixo Alentejo e na agricultura, pelo que devemos recusar esse anátema que sobre a região foi de imediato lançado por alguns. Infelizmente esses problemas existem em todo o país, com maior dimensão nos sectores da construção, do turismo e restauração e da agricultura, sectores mais carenciados de mão-de-obra e onde a precariedade predomina.

Portugal, pela forte emigração que teve e continua a ter, não pode permitir que situações destas aconteçam no seu território. Deve fazer tudo para que os imigrantes sejam bem acolhidos, com respeito por todos os seus direitos, obrigando todos os agentes envolvidos a cumprirem todas as suas obrigações para com aqueles que recrutaram ou aceitaram que entrassem no nosso país, para aqui desenvolverem as suas actividades profissionais.

 

 

Portugal pode ser ultrapassado, em termos económicos, pela Roménia? Deve ser por isso que tantos romenos emigram para cá…

Zé LG, 05.12.22

logo-quantcast.pngJornais, economistas e comentadores de serviço à direita têm manifestado, nos últimos dias, grande satisfação com a probabilidade de Portugal poder “ser ultrapassado por aquele país do leste europeu, em termos económicos, já em 2024”. A vida na Roménia para os trabalhadores deve ser tão boa que os leva a fazer turismo em Portugal, na construção, na agricultura, no turismo e na restauração, alojados nos melhores hotéis… Custa muito não ter os seus partidos no governo. Mas não será com campanhas histéricas desta jaez que lá os terão tão cedo...

O economista Ricardo Paes Mamede não podia ser mais claro a desmontar aquela campanha: «A Roménia vai ultrapassar Portugal em PIB per capita medido em paridades de poder de compra. Sim, pagam-se muito menos impostos naquele país. Quem quiser - e há uns quantos que querem - pode ficar por aqui. Ou então podem considerar que na Roménia há mais pobreza (23% vs. 18%), muito menor esperança média de vida (73 vs. 81 anos), muito mais homicídios por 100 mil habitantes (1,5 vs. 0,9) e que o país perdeu quase 1/5 da população nos últimos 30 anos, enquanto Portugal cresceu 5%», salientou.

PR lembrou que os ciganos "deram a vida" pela independência nacional e lamentou a discriminação de que têm sido alvo

Zé LG, 01.12.22

PR.png“Ao lembrar tantos portugueses, de tantas origens, que se envolveram no movimento revolucionário, o Presidente da República quer lembrar também os portugueses de etnia cigana que, como reconheceu então o próprio Rei D. João IV, deram a vida pela nossa independência nacional”, escreveu Marcelo Rebelo de Sousa, numa mensagem evocativa do Dia da Restauração da Independência que hoje se assinala, acrescentsando que: “Portugal lembra-os, presta-lhes homenagem e exprime a sua gratidão. Este dever de memória é de elementar justiça e rompe com tanto esquecimento e discriminação de que os ciganos têm, infelizmente, sido alvo no nosso país”.