Glocal
Há uns anos foi criado o neologismo glocal para traduzir o princípio “pensar global, agir local”, ou seja, é preciso conhecer-se e compreender o mundo para se poder agir correctamente no local.
Como sempre acontece, este princípio pode ser entendido de duas maneiras diametralmente opostas: “sempre haverá ricos e pobres porque sempre houve” ou “o mundo é globalmente desigual e injusto porque é que o nosso local haveria de ser diferente?”, pelos que estão satisfeitos e pretendem manter o estado de coisas (os conservadores) e “os homens eram originariamente iguais entre si e só deixaram de o ser quando alguns se apropriaram de alguns terrenos, passando a haver propriedade privada” ou “porque o mundo é desigual é necessário mudá-lo para que cada um tenha o que necessita”, pelos que pretendem mudar o estado de coisas (os revolucionários).
De facto, sempre assim acontece quando se trata de aplicar qualquer princípio, sempre há várias formas de o interpretar, algumas mesmo antagónicas.