Soares - Cavaco
Um que, pela sua energia, vivacidade e memória, fez esquecer os seus 82 anos. Esteve sempre ao ataque desmistificando o endeusamento do outro, a quem acusou de permitir que o apresentassem como messias, o salvador da pátria, chamando a atenção para os perigos que isso encerra.
O outro que, apesar de mais solto do que é habitual, se manteve acantonado na sua torre de marfim, a falar de cátedra, não respondendo aos ataques, repetindo que não se candidata contra ningém mas apenas contra a crise, deixando admitir que não tem respostas satisfatórias para eles.
Ficou claro que a crise que Cavaco diz combater não surgiu de geração espontânea, começou ou agudizou-se quando ele foi primeiro-ministro. Soares lembrou-lhe que um seu antigo ministro das Finanças (Miguel Cadilhe), também ele economista tão bom ou melhor do que ele, o acusou de ser o pai do défice, para além de outras malfeitorias.
Ficou também claro que, ao contrário do que pretende fazer passar, Cavaco não é um invencível. Soares recordou e bem que ele fugiu quando percebeu que já não era apoiado pelos portugueses e que foi derrotado por Jorge Sampaio na sua primeira tentativa de chegar a Belém.
Soares ganhou o debate, embora não o tenha ganho por "KO", como pretendia. Cavaco levou todo o "combate" a fugir dos ataques do adversário, nostrando poder de encaixe.