“Repensar os partidos, fortalecer a democracia”
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No que respeita às populações, os partidos praticamente não existem nem trabalham fora do quadro dos processos eleitorais, resumindo-se a sua atividade à ação governativa a nível local, regional ou nacional e esgotando-se as disponibilidades dos seus quadros praticamente na politiquice e na retórica.
Deixaram de se discutir os problemas e as soluções, de se olhar prioritariamente para os interesses dos territórios e das suas populações, para se fazer apenas o combate destrutivo pelo poder partidário, em que vale tudo, mesmo o terrorismo político do ataque pessoal para tentar abater os adversários sejam eles internos ou externos. A política espetáculo, alimentada pela comunicação social e pelos comentadores, domina por completo o panorama. Curiosamente, e contraditoriamente, quanto mais os partidos apostam nos momentos eleitorais, menos os cidadãos votam e pior imagem têm da política, dos políticos e dos partidos.
A política está cada vez mais afastada do processo de desenvolvimento e dos problemas reais das populações, daí o seu descrédito e o desinteresse das pessoas na participação pública e nas candidaturas eleitorais.
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Claro reflexo de todos estes fenómenos é o aparecimento cada vez mais frequente de movimentos de cidadãos em defesa de causas públicas e de listas de independentes nas autárquicas em rotura com as direções partidárias.
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É nossa convicção que está criada a oportunidade única para que estas transformações ocorram e o sistema político evolua.
Queremos não apenas mais democracia mas uma democracia de qualidade!
Jorge Pulido Valente, presidente da CM de Beja, in: http://da.ambaal.pt/noticias/?tipo=Opini%C3%A3o