“... ou o Governo é sério e apresenta uma moção de confiança ou, caso contrário, o PS deve apresentar uma moção de censura”, defendeu Francisco Assis, eurodeputado e membro da Comissão Política Nacional do PS, para quem “qualquer meio-termo significará a opção pelo pântano fétido e pela crise política permanente” e “A estabilidade seria uma falsa estabilidade obtida à custa da dignidade das instituições”.

As Grandes Opções do Plano e Orçamento da Câmara Municipal de Beja para 2025 foram aprovados pela Assembleia Municipal de Beja na sua Reunião Ordinária da passada quarta-feira, com os votos favoráveis do PS, a abstenção da Coligação Beja Consegue e os votos contra da CDU. O Orçamento contempla, entre outras, o início do processo de requalificação do Estádio Flávio dos Santos; o início do procedimento de requalificação da zona envolvente ao novo Palácio da Justiça e intervenções de fundo nos Bairros Sociais de Beja nos quais o Município tem imóveis.                      Assim se vê a capacidade de planeamento e de gestão deste Executivo Autárquico – só depois do Palácio da Justiça concluído é que vai dar “início ao procedimento de requalificação da zona envolvente”; só no último ano de mandato é que vai dar “início ao processo de requalificação do Estádio Flávio dos Santos”, há tanto e tantas vezes prometido; e fazer “intervenções de fundo nos Bairros Sociais… proporcionando melhores condições de vida coletivas à população…”

O presidente da Câmara Municipal de Beja afirmou que “é inaceitável o desleixo total com que algumas máquinas agrícolas saem dos respetivos terrenos e entram nas vias municipais” e revelou que a situação já foi reportada por escrito à GNR, considerando que “essa falta de atenção sistemática (…) coloca em sério risco a segurança de automobilistas, de motociclistas e de ciclistas que transitem pelas vias que são deixadas nesse estado”. Paulo Arsénio apela aos condutores de máquinas agrícolas que retirem a maior parte da lama das rodas dos equipamentos, antes de entrarem nas vias rodoviárias, de forma a garantir a segurança rodoviária para todos.

“Em termos políticos e governativos, insto daqui os partidos políticos, representados na Assembleia da República, a declarar sem tibiezas se consideram, depois de tudo o que já foi dito e conhecido, que o Governo dispõe de condições para continuar a executar o programa do Governo” … “sem essa resposta, a clarificação política exigirá a confirmação dessas condições no parlamento, o que, por iniciativa do Governo, só pode acontecer com a apresentação de uma moção de confiança”, afirmou Luís Montenegro.
Todos os partidos da oposição, sem tibiezas, disseram que não têm mais confiança em Luís Montenegro, pelo que não terá necessidade de apresentar uma moção de confiança. Ou seja, deverá demitir-se. Se não o fizer, deverá Marcelo Rebelo de Sousa demiti-lo, para que o país possa voltar à normalidade no mais curto espaço de tempo, de forma a evitar o agravamento da crise política, criada exclusivamente pela “imprevidência” de Luís Montenegro.

In: Diário do Alentejo, 21/02/2025.

«Por favor não abram essa caixa de pandora
Recentemente têm vindo a público informações sobre a instalação de câmaras de videovigilância em Beja, devido à notória degradação dos equipamentos públicos e subida da criminalidade. E a apresentação desta medida é transmitida como dado adquirido e mascarada de unanimidade, apesar de não ter havido discussão na comunidade. É a política no seu pior.
As câmaras de videovigilância são um instrumento de punição coletiva e uma vez instaladas terão repercussões e efeitos em toda a população. O jargão “quem não deve não teme” é falacioso porque todos serão afetados e não só “os maus”, como o pensamento mais básico e de senso comum pode ser levado a acreditar.