«Um dos grandes desafios deste ambiente totalitário, e de normalização da barbárie, é não ficarmos como eles. O deputado das malas faz-nos rir e escarnecer, é tudo insólito, degradante, um espelho da completa miséria humana, ... Como cresce uma pessoa assim? Em que família, escolas, jornalismo? O que tem o Big Brother, programa mais visto em Portugal, a ver com isto? As mentiras generalizadas de grande parte dos políticos, polidos? A degradação completa das ciências humanas na escola pública e também aí a mentira das avaliações normalizada?
Mas o que lhe fizeram está nos antípodas de justiça - foi uma humilhação pública, uma espécie de dente por dente, olho por olho. Quase sadismo. Ele surfou a onda, deu entrevistas, gostou, mas fico sempre com a sensação que é como bater num homem que pede para lhe baterem. ...
A coragem de bater num homem que está no chão choca-me, mesmo quando esse homem nada me diz, fez tudo para o merecer e encarna uma monstruosidade como o fascismo. Não estou preocupada com ele, mas connosco. Os nossos meios não podem confundir-se com os deles.» Raquel Varela, aqui.