O Orçamento de Estado para 2021 foi aprovado na generalidade, com os votos favoráveis do PS, os votos contra de toda a direita e do BE e a abstenção do PCP, PAN, PEV e de duas deputadas, que entretando abandonaram os partidos por que foram eleitas. Depois do Orçamento limiano, esta é a proposta de OE que passou mais "à rasca". E quem se absteve não garantiu a mesma posição na votação global final...
Entretanto, o BE levou-as "a torto e a direito" da direita - imagine-se!, quando toda ela votou contra -, e do PS, cujos dirigentes e deputados fizeram afirmações, pelo menos precipitadas, porque "ainda a procissão vai no adro" e, não me parece, ter sido a postura mais correcta de quem continua a afirmar que pretende continuar a governar à esquerda.
Apenas mais duas notas que me parecem oportunas e pertinentes.
Este OE, mais do que um verdadeiro Orçamento, é um plano de intenções - e nem todas boas -, porque, tal como admitiu o ministro das Finanças, terá de haver, quase de certeza, um orçamento rectificativo, tal é o grau de incerteza com que ele foi elaborado. Por isso, não é fácil de entender nem de aceitar a dramatização feita, nem, ainda menos, o extremar de posições, que pode vir a dificultar convergências quando elas forem mais necessárias.
O PS está a assumir tiques autoritários, de falta de respeito e de entendimento demasiado largo (restito, talvez seja mais correcto) dos direitos, liberdades e garantias constitucionais. Não me parece ser o caminho mais adequado à situação crítica que vivemos a auto-satisfação, a auto-suficiência, as restrições de duvidosa legalidade constitucional que tem evidenciado. Nem tudo pode valer em nome do combate à pandemia...