Jerónimo de Sousa acusa PSD de propor medidas com "mais de cem anos"
"O PSD meteu uma cara nova à frente do partido, bem vestido e bem falante, mas é curioso verificar que uma das medidas centrais que propõe tem mais de cem anos: o despedimento selvagem, o fim da proteção constitucional aos trabalhadores contra os despedimentos por razões políticas ou ideológicas", acusou Jerónimo de Sousa, na Romagem a Catarina Eufémia, em Baleizão, onde fez o discurso de que extraímos os trechos seguintes:
Homenageamos Catarina e ao invocar o seu nome é a longa e heróica luta dos trabalhadores agrícolas do Alentejo que temos presente. Essa longa luta contra a opressão, a miséria, pelo direito a trabalhar a terra que gerações de homens e mulheres regaram com o suor do seu trabalho e que, como Catarina, aspiravam a uma vida digna para si e para os seus e ver liberta a sua terra, onde uns eram senhores e outros escravos.
A Reforma Agrária foi, desde o início, alvo de ataques e de uma descarada campanha de mentiras e calúnias. Sempre atacados violentamente pelas forças reaccionárias, os trabalhadores tiveram que enfrentar uma sistemática ofensiva prosseguida por todos os governos do PS, PSD e CDS, juntos ou separados. Uma ofensiva que durou 14 anos que pôs o Alentejo a ferro e fogo, numa ostentação e intervenção brutal de forças e de repressão.
O Empreendimento de Fins Múltiplos de Alqueva constitui uma das mais importantes alavancas para o desenvolvimento do Alentejo. Mais do que nunca é preciso garantir o seu correcto aproveitamento a favor das populações e da criação de emprego. È por isso imperiosa a intervenção do Estado que ponha fim à especulação e promova com uma estratégia clara o desenvolvimento local e se avance com a criação de um banco de terras do Estado que permita o acesso à terra regada a jovens agricultores, a trabalhadores e a pequenos agricultores com terra insuficiente.