O PS, embora ganhando as eleições, perdeu a maioria absoluta que detinha na Freguesia de Mértola. Apesar disso, numa primeira proposta, tentou manter todos os lugares da Junta de Freguesia, como se continuasse com maioria absoluta, para depois tentar manter a maioria absoluta na Junta de Freguesia, oferecendo um lugar à CDU. Finalmente, perante a proposta de atribuição de um lugar à CDU e outro ao Movimento Independente, os eleitos do PS renunciaram ao mandato, criando um vazio de poder na Freguesia de Mértola, onde, em consequência, se terão de realizar novas eleições, mas só daqui a seis meses.
Ora, segundo a legislação aplicável, o PS ganhou directamente a presidência da Junta de Freguesia, por ter sido o partido mais votado, mas os restantes lugares da Junta de Freguesia (secretário e tesoureiro) são eleitos pela Assembleia de Freguesia, onde o PS não tem maioria e, por isso, não pode impor a sua vontade. Ao renunciar aos mandatos para que foram eleitos, por não conseguirem impor a sua vontade, os eleitos do PS na Freguesia de Mértola mostraram desprezo não só pelos que os elegeram, mas também pelas regras de funcionamento democrático e ainda pelos interesses da população, que assim ficam sem governo na plenitude dos seus poderes.