Adeus Amigo, até sempre!
Recebi há pouco a notícia do falecimento do Joaquim Figueira Mestre. Tinha falado com a sua companheira sobre o seu estado cerca de uma hora antes. Embora tenha percebido que as coisas se estavam a precipitar, quando o Manuel António me deu a notícia tive dificuldade em aceitá-la.
Perdi um dos meus maiores amigos. Com quem tinha cumplicidades e confidências como praticamente não tenho com mais nenhum. Sonhámos, idealizámos e construímos alguns projectos
Conheci-o há mais de 40 anos no Liceu, onde andámos juntos um ou dois anos. Depois perdemos o contacto, que restabelecemos há uns 25 anos e que nunca mais interrompemos. Tirando alguns períodos não convivíamos muito mas entendíamo-nos como poucos. Não precisávamos de muita conversa para sabermos o que outro queria ou pensava.
Quando se começou a queixar da doença procurei desvalorizar as suas queixas porque tinha uma certa tendência hipocondríaca. Desta vez tinha toda a razão para se queixar. Só isso permitiu identificar a doença. Mas infelizmente não conseguiram tratá-la...
Se sempre que morre um amigo também morre algo de nós próprios, quando morre um grande amigo é muito de nós que se vai com ele. É um enorme vazio e uma dor muito profunda o que agora sinto.
A toda a família enlutada, neste momento de dor e pesar, abraço com solidariedade e muita ternura.
Joaquim Figueira Mestre tinha 54 anos, era natural da Trindade (Beja), licenciado em História e pós-graduado em Ciências Documentais, Director da Biblioteca Municipal José Saramago de Beja, autor de livros de contos e romances. Em 2008 venceu a 7ª edição do Prémio Nacional de Conto Manuel da Fonseca, da Câmara Municipal de Santiago de Cacém, que recebeu já doente. Tanto mais que tinha para fazer...
INFORMAÇÃO: A cerimónia fúnebre realiza-se hoje, às 22h30, na Casa Mortuária junto do Cemitério de Beja, e a cremação amanhã, às 09h00, no Cemitério de Ferreira do Alentejo.