2012 ou 12 anos?
José Sócrates, quando o novo Conselho de Administração da EDIA tomou posse, deu indicações para que tentasse reduzir o prazo de execução do empreendimento.
Depois de um estudo mais rigoroso à programação das diversas obras, a EDIA chegou à conclusão que seria possível reduzir em dez anos aquele prazo, o que foi anunciado durante algum tempo.
José Sócrates voltou a insistir com a EDIA para tentar reduzir ainda mais aquele prazo e a EDIA, para satisfazer o primeiro-ministro, voltou a refazer a programação, espremendo os prazos tanto quanto pôde.
Numa das suas visitas a Alqueva e antes de discursar, José Sócrates interpelou o presidente da EDIA:
- Então presidente, afinal para quando consegue encurtar o prazo?
Henrique Troncho, presidente da EDIA, usando o seu habitual laconismo, respondeu:
- Doze!
Logo a seguir, no discurso que proferiu, o primeiro-ministro garantiu, eufórico:
- “A conclusão do empreendimento de fins múltiplos de Alqueva já não acontecerá em 2025, como inicialmente estava previsto, nem em 2015, como fora reprogramado, mas em 2012, de acordo com a nova reprogramação da EDIA”.
Apanhado de surpresa com aquela data, uma vez que ao ter dito que era possível antecipar a conclusão das obras em doze anos, o novo prazo seria 2013, Henrique Troncho teve de, a partir daí, para não desmentir o primeiro-ministro, passar a dizer que a nova data prevista para conclusão do empreendimento era finais de 2012 ou princípio de 2013, se houver alguma derrapagem, como acontece quase sempre.