Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.
Aqui se dão alvíssaras e trocam ideias sobre temas gerais, o Alentejo e o poder local, e vou dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que achar que devem ser divulgados por esta via.
Perdoei agravos Perdoei agruras. Esqueci algemas, Esqueci torturas. Cravos, açucenas, Luzes das alturas, Se vivo esquecendo Minhas desventuras, Porque não me dais Tuas vidas puras E me renegais E me dais tristuras Em vez de alegrias
O saudoso Adriano Correia de Oliveira, ao musicar este belo poema de Raul de Carvalho, contribuiu para tornar quase mítica a histórica e muito bela vila de Alvito:
A vila de Alvito tem ruas e praças homens e mulheres e muitas desgraças. A vila de Alvito tem dois lavradores. Tem muita riqueza e raros amores. A vila de Alvito Tem uma cruz ao lado - Quem manda na vila não lhe dá cuidado Maltezes, ganhões, sangue misturado. Na vila de Alvito é que eu fui cuidado.
Hoje há dois autarcas que mandam na vila de Alvito e que não lhe dão cuidado... Raul de Carvalho merece ter o seu nome na nova biblioteca municipal.
É uma tristeza integrar uma câmara municipal que rejeita o nome de um dos mais importantes poetas portugueses da segunda metade do século passado, que integra a História da Literatura Portuguesa, de António José Saraiva e Óscar Lopes, o Dicionário de Literatura, dirigido por Jacinto Prado Coelho, ou as Líricas Portuguesas, organizadas por Jorge Sena, que ganhou o Prémio Simon Bolívar, em Siena em 1955, para a nova biblioteca municipal. Só a mais completa cegueira política pode explicar por que o nome do poeta alvitense Raul de Carvalho não foi atribuído à nova biblioteca municipal. Depois de perseguido em vida, quem manda na sua terra continua a persegui-lo depois de morto. "Raul de Carvalho fez por Alvito algo que não está a nenhum dos que hoje têm poder de decisão: transformou-a numa vila mítica, elevou-a a um categoria estética, transformou-a em bem simbólico. Nâo precisou de viver em Alvito para imortalizar Alvito. Dar o seu nome à biblioteca, seria uma forma simples de retribuir, como escreveu Luísa Leal, autora da obra "A Construção do Sujeito na Poesia de Raul de Carvalho". O presidente da Câmara preferiu pagar-lhe com a vingança do esquecimento. É miopia, é mesquinhez, é sectarismo, é um acto digno da Inquisição,... O tempo fará justiça!
ALVITRANDO porquê? - porque alvitrar significa que se dão alvíssaras e eu quero dar alvíssaras, isto é, agradecer a quem quiser dar notícias, a quem quiser comunicar, a quem quiser trocar ideias sobre temas gerais e, em especial, sobre o Alentejo e o poder local. Pela minha parte, irei dando notícias das minhas reflexões sobre temas da actualidade e de acontecimentos que, pela sua pertinência ou oportunidade, achar que devem ser divulgados por esta via, que hoje decidi abrir.