Ao passar à Vidigueira… traga versos no coração…
É um lugar ao sul e ao sol.
Envolvida num berço de vinhos, aqui fixou Fialho D'Almeida as fronteiras de “O País das Uvas”.
É a Vidigueira. Até tão longe quanto a memória pode ir, nestes campos fartos e generosos, riscaram comunidades milenares o rasto da sua passagem. Só uma terra assim podia premiar o maior feito do Renascimento português: a abertura do caminho marítimo para a Índia, por Vasco da Gama, em 1498. O Almirante foi feito conde da Vidigueira e, ainda hoje, a vila conta o passar do tempo com um sino que tem gravadas as armas do navegador.
São terras ricas, mas nada valiam sem as suas gentes. São elas que a enriquecem, sem que muitas vezes enriqueçam.
Por aqui trata-se o vinho por tu.
Os homens falam do ”vinho do trabalho”. É quase uma celebração pagã esta relação do povo da vidigueira com o néctar perfumado das uvas. É a mãe de todas as festas. Em cada copo de vinho há fragmentos de sol alentejano e a mágica sacralídade que liga o homem ao seu chão. Em cada bago de uva há um beijo de mulher com a lua nos lábios. É o prémio por tanto suor.
Vidigueira, Terras de Pão, Gentes de Paz.
Pedro Ferro
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